O trabalho de captação de atletas é feito de forma constante, sempre na busca de repor os elencos dos times de acordo com a idade e categoria. Na hora de montar uma equipe infantil o trabalho tem que ser feito com antecedência e seguindo algumas regras, pois por lei só se pode alojar o jovem jogador a partir dos 14 anos, tendo assim que captar atletas próximos da região onde é a escola de futebol.
O observador técnico de futebol do PSTC de Londrina Vanderlei Gazola explica que para montar as categorias infantis deve-se ter um olhar amplo e seguir os bons exemplos, inclusive de outros times. “Na busca de atletas, na captação você tem que assistir jogos, estar acompanhando os clubes grandes para ver o que eles têm, para ver o que você pode buscar nos atletas das categorias, nas escolinhas, nos projetos. Tem que ter uma referência de clube grande que você acompanha, fazer um estágio ou assistir jogos deles”.
Visando saber o que o mercado tem de melhor, Gazola que atua no futebol desde 1993, conta que a melhor forma de buscar novos e bons atletas é estar antenado em todas as regiões do país, para que haja o crescimento entre eles e se reflita no time formado. “Você tem que estar buscando esses atletas em lugares diferentes, buscar jogadores que não sejam apenas de uma região. Nós temos aqui [jogadores] mineiros, paulistas, goianos, paraense, então a gente tem do Brasil todo. E isso melhora a qualidade do futebol da garotada, são situações diferentes, cada um tem uma qualidade técnica, um perfil”.
PERFIL
Hoje em dia a observação é realizada focando em alguns aspectos, tendo que ser, na maioria das vezes, jogadores magros, altos, sem tendência para engordar, atletas com a musculatura forte e também bom na parte técnica, é o que explana Gazola. “Uma das principais alternativas que você vai buscar no atleta é a qualidade técnica. A qualidade técnica é fundamental em todos os aspectos”.
Jogadores que aliam força, técnica e velocidade são os mais procurados e demandam longas análises e paciência por conta dos olheiros, visto que são vários fatores observados de acordo também com que o time precisa em cada momento.
DETALHES
O trabalho à beira do gramado requer atenção aos detalhes a cada jogada, analisando todos os fundamentos, e isso só é adquirido com experiência e tato ao que a profissão de observador exige. “Um gesto técnico você já vê a qualidade do garoto que diferencia dos outros. Uma coordenação, um equilíbrio, um cabeceio, um domínio, tudo isso são qualidades técnicas. Se você achar isso, já está um passo à frente de melhorar o teu grupo”, salienta o observador.
Assim como em várias profissões, ser observador técnico no futebol é difícil no início devido à falta de vivência e a concorrência nos locais de avaliações. É o que comenta e orienta Gazola. “Você vai errar, você não vai conseguir estar trazendo às vezes os melhores. Você está vendo uma equipe em um torneio, um jogo, mas têm três, quatro olheiros de equipe grande. Às vezes, você vai se desesperar, mas não adianta, tem que ter calma e ir para outro lugar. Não tem uma regra específica, um curso. Isso é o dia a dia que você pode buscar estando ao lado de pessoas que você confia e possa viajar no início de carreira”.