Massa Aciona FIA e Fórmula 1 Alegando Conspiração na Perda do Título de 2008

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Filipe Massa, Ferrari Racing Days 2012
Filipe Massa, Ferrari Racing Days 2012

O piloto brasileiro Felipe Massa deu um passo ousado ao iniciar um processo de ação com pedido de indenização contra a Fórmula 1 e a Federação Internacional de Automobilismo (FIA), alegando ter sido vítima de uma conspiração que o privou do título de 2008. Massa, que atualmente compete na Stock Car, sustenta que uma manobra antidesportiva envolvendo pilotos da equipe Renault (atual Alpine), Nelsinho Piquet e Fernando Alonso, durante o Grande Prêmio de Cingapura daquele ano, prejudicou sua chance de conquistar o campeonato.

No desenrolar da temporada de 2008, Massa terminou apenas um ponto atrás do campeão Lewis Hamilton, marcando 97 pontos em comparação aos 98 do piloto inglês. Contudo, ele alega que a corrida em Cingapura foi o ponto crucial onde a trama prejudicial foi engendrada. Bernie Ecclestone, ex-dirigente da Fórmula 1, admitiu em uma entrevista recente que estava ciente da manipulação na corrida e reconheceu que Massa poderia ter assegurado o título sem a interferência injusta, embora negando que a conspiração fosse especificamente contra Massa.

Os representantes legais de Massa enviaram cartas oficiais ao atual CEO da Fórmula 1, Stefano Domenicali, e ao presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, alertando sobre a intenção de processar as entidades. O procedimento legal é necessário para dar início a um processo judicial no Reino Unido, onde a ação foi protocolada. A carta acusa a Fórmula 1 e a FIA de terem ignorado a “má conduta” que resultou na perda do título de Massa em 2008, estimando um prejuízo de “dezenas de milhões de euros”.

Carro de Piquet Jr. após batida planegada em Cingapura, 2008

A carta também alega que Massa foi vítima de uma conspiração perpetrada por “indivíduos do mais alto nível” dentro das entidades. Os destinatários da carta têm 14 dias para responder; caso contrário, o processo judicial poderá ser iniciado sem aviso prévio.

O incidente conhecido como “Cingapuragate”, na qual já relatamos em julho passado, ocorreu em setembro de 2008, durante a 15ª etapa da temporada. Massa, que liderava a corrida após uma pole position, viu suas chances diminuírem após um acidente de Nelsinho Piquet que trouxe o safety car para a pista. A equipe Renault aproveitou a situação para realizar pit stops estratégicos, o que beneficiou Fernando Alonso e o colocou em posição de vantagem.

Flavio Briatore durante o GP de Mônaco de 2006. Foto: Divulgação/Monaco GP

Para agravar a situação, Massa retornou à pista com a mangueira de combustível ainda conectada ao carro, o que o forçou a uma parada adicional para a retirada da mangueira e uma penalização subsequente. Esses eventos comprometeram suas chances de vitória, permitindo que Alonso conquistasse a primeira posição e Hamilton marcasse pontos suficientes para vencer o campeonato.

 

Nelson Piquet, um ano depois, revelou que seu filho bateu intencionalmente a mando de Flavio Briatore, chefe da equipe Renault na época, com o objetivo de beneficiar Alonso. A FIA investigou o caso e puniu os envolvidos, com Briatore sendo inicialmente banido da Fórmula 1, embora posteriormente a decisão tenha sido revogada. Pat Symonds, engenheiro da equipe, foi suspenso por cinco anos e agora atua como diretor técnico da Fórmula 1.

Ecclestone também confirmou que ele e Max Mosley, então presidente da FIA, estavam cientes da trama antes da denúncia de Piquet e admitiu que não tomaram medidas na época para proteger a integridade do esporte.

O caso de Massa destaca a complexidade e as consequências de manipulações nos esportes de alto nível, questionando a integridade das competições e levantando questões sobre como essas situações devem ser abordadas de maneira justa e transparente. O desenrolar dessa ação judicial poderá ter implicações duradouras no cenário esportivo internacional.

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