Tá doida, Ju Mariah? Que mistureba de Saci com Halloween é essa comadre? Mas…ô gente, né que é?! O 31 de outubro pode ser Festa das Bruxas na gringa, mas por aqui é todinho dele, do Saci, sabia? O negócio é que o tal do “Raloin” é importado, mas nosso folclore também tem um elenco sensacional de personagens. Como brasileiro é “do sincretismo” e mistura de tudo com tudo mesmo (porque mano, a gente faz caipirinha de Kiwi, né), alguém achou por bem, bater o pé e puxar a sardinha para cá. E deu super certo porque aí até o ministério da magia entendeu que por aqui seria o Dia do Saci.
Se você também é bra-zu-ka desde pequeninho, rs, já se viu virado no amigo de gorro vermelho várias vezes na vida! O saci é puro Brasil, delícia de moleque atentado, que passa o dia fazendo travessura e pulando numa perna só com seu gorrinho vermelho e pitando o cachimbinho dele. Eu adoro esse carinha que faz nó em crina de cavalo, talha o leite no balde, troca açúcar e sal na cozinha, azeda comida, por isso leva a o apelido de ‘traquinas’. O guri é um personagem do folclore, uma baita riqueza da terrinha, ele protege as matas e os animais com a galera dele tipo o Curupira, a Iara e até a Cuca tá…ah eu adoro a Cuca.
Enfim, quem teve o privilégio de assistir O Sítio do Pica-Pau Amarelo em todas as suas versões, leu as aventuras do Pererê ou conheceu o Saci das lendas brasileiras, certamente quis esganar esse piá de vez em quando, mas olhando bem, ele é só um menino travesso, se não mexer com ele, ele não mexe com você. E viu, nem se meta a tentar aprisionar um na garrafa, tô avisando porque existem várias associações e grupos que protegem os Sacis! Coisa séria!
A questão que levanta polêmica entre a festa importada e a nacional é a supervalorização do que é de fora. Euzinha, sou profe de inglês, então Halloween faz parte das minhas práticas de ensino e de aprendizado da cultura inglesa e tals, mas é dentro de um contexto. Fora do quadradinho da aula ou escola de inglês, especificamente, tem muita coisa rolando. Quer dizer que a gente tem cá as nossas histórias, nossas lendas, pensa numa riqueza?
Então, fica tudo mais legal se for um intercâmbio, uma partilha e não comemorar o “Raloin” como se fosse “de todo mundo”, sacomé? Se não, a gente acaba absorvendo coisas que não têm nada a ver com a gente porque daqui até a Transilvânia tem chão e a abóbora que mais sai por aqui é a paulista, de lá não sai Jack-O-Lantern não, muito apertado!
Aliás galera, ainda não engoli aquele papo dos Cullen terem uma ilha aqui no Rio, verão que passa dos 40 graus, derrete vampiro facinho, com glitter e tudo! E para quem tem boitatá, curacanga, capelobo ou cupelobo, corpo seco, mula sem cabeça e a cuca (divaaaa), tem até chupa-cabra (toma Stranger Things), para quê precisamos importar mais algum outro monstro da gringa? Bora misturar tudo à brasileira!
Vida longa e próspera galera!
Até semana que vem!