Em 1908 o Japão vivia uma série crise econômica enquanto o Brasil necessitava de mão de obra para a lavoura após a abolição da escravatura. 165 famílias japonesas, a maior parte composta por camponeses pobres, oriundos do sul e do norte do Japão, embarcaram no navio Kasato Maru e vieram ao Brasil em busca de um sonho: enriquecer e retornar para o país do sol nascente. Mas a história acabou sendo um pouco diferente. A maioria dos imigrantes japoneses se estabeleceram definitivamente em solo brasileiro.
Era 18 de junho de 1908 quando os primeiros 781 japoneses chegaram ao porto de Santos-SP após uma viagem de 52 dias. Não era permitida a vinda de solteiros, somente casados e com filhos. Alguns foram trabalhar nos cafezais paulistas, outros na exploração da borracha na Amazônia ou nas plantações de pimenta no Pará, que eles próprios trouxeram. Começava assim a imigração japonesa no Brasil.
A adaptação não foi fácil. Eles assinaram contratos de trabalho que iam de três a sete anos com os proprietários das fazendas e, em caso de descumprimento, eram obrigados a arcar com pesadas multas. Sem domínio do idioma e nenhuma infraestrutura preparada para recebê-los, os imigrantes se deram conta que a realidade era bem diferente do paraíso descrito nos anúncios que mostravam pés de café que davam ouro a fim de incentivar a imigração. Diante do triste cenário, à medida que os contratos iam terminando, muitos abandonaram as fazendas de café. Haviam, também, aqueles que não suportaram a situação e literalmente fugiram para cidades grandes e para outros estados como Minas Gerais e Paraná, onde as terras tinham preço mais acessível.