A SAGA DA FAMÍLIA TODA

3 Sueo Toda Credito Acervo da Familia

Sueo Toda (1897 - 1963)

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11 Yossico e Maria Toda Yoshida
Yossico Toda e Maria Toda Yoshida

Passei uma tarde muito agradável na companhia de Maria Toda Yoshida, filha de Sueo Toda e da cunhada, Yossico Aray Toda, que foi casada com Jorge Toda, filho mais velho de Sueo. Com as vozes embargadas pela emoção, elas contaram com muito orgulho a história da família Toda enquanto víamos as fotos antigas já amareladas pelo tempo. Uma epopeia digna de ser transformada em filme.

Sueo Toda (1897) era um jovem muito destemido. Natural de Kumamoto-Ken, decidiu vir sozinho para o Brasil em 1914 com apenas 17 anos. Como era menor de idade, conseguiu embarcar juntamente com um casal que não tinha filhos, porém, ao chegar no Brasil, ele se perdeu desse casal e ficou sozinho, num país desconhecido, sem dinheiro e sem saber falar português.

Decidiu caminhar seguindo a linha trem mesmo sem saber onde chegaria. Depois de muito andar, deparou-se com uma olaria e ali ficou observando as pessoas trabalharem. Instintivamente, começou a ajudar aquelas pessoas. Depois de um dia inteiro de trabalho, o proprietário percebeu que o rapaz estava ali perdido e imaginando que pudesse estar com fome lhe ofereceu um prato de comida. O jovem Sueo aceitou de bom grado e foi ficando nessa olaria.

Após alguns meses no Japão, os pais de Sueo estavam muito preocupados com o filho, que havia migrado para o Brasil e não tinha dado mais notícias. Sabendo que Kyutaro Fujimoto estava a caminho do Brasil juntamente com a esposa, Tama Fujimoto e os filhos do casal, os pais de Sueo suplicaram que encontrassem e que tomassem conta do seu menino. Como negar um pedido como esse? Assim que a família Fujimoto chegou ao Brasil iniciaram a busca e, por mais incrível que isso possa parecer, encontraram o jovem trabalhando na olaria. Cumprindo a promessa feita aos pais de Sueo, eles levaram o rapaz para morar com eles e a partir daí, passaram a tratá-lo como se fosse seu próprio filho.

Trabalharam como agricultores, primeiro na região Mogiana e depois em Bauru. Após alguns anos, Sr. Fujimoto achou que estava na hora de Sueo constituir uma família e saiu em busca de uma noiva para ele. Ficou sabendo sobre uma jovem que tinha vindo ao Brasil juntamente com os irmãos e foi até lá conversar com a família da mocinha. O irmão da jovem Sue Shinkado concordou que estava na hora da irmã se casar e deu sua mão em casamento ao jovem Sueo. O casal só se conheceu no dia do casamento e dessa feliz e abençoada união nasceram nove filhos: Tomiko, Jorge, Cândido, Luiza, Francisco, Mário, Hideo, Kiyoshi e Maria.

Em 1947, Sueo decide tomar novos rumos. O sonho dele era ter uma Serraria e, ouvindo falar sobre o novo Eldorado, veio conhecer o norte do Paraná, chegando em Maringá. A filha, Tomiko, já estava casada, porém os outros 7 filhos vieram com ele e a esposa estava grávida da filha caçula, Maria, que nasceu no dia 01 de novembro de 1947. Maria Toda Yoshida foi uma das primeiras crianças a nascer em solo maringaense. Todavia, foi registrada em Mandaguari, pois ainda não havia cartório na Cidade Canção.

Sueo montou sua primeira serraria na região da Vila Operária, porém, por falta de experiência no ramo, o negócio não prosperou. Mas isso não foi motivo para fazê-lo desistir de seu propósito. Com muita coragem recomeçou na lavoura com a ajuda dos filhos e, finalmente, conseguiu economizar o suficiente para montar a Serraria São Paulo, que ficava na avenida Morangueira, onde a viúva do filho mais velho, Jorge Toda, reside até hoje.

Com a sua serraria e seu espírito determinado ele sempre trabalhou para manter as tradições da cultura japonesa. Participou da inauguração do SOCEMA, Nihonjin-kai e também teve um importante papel na construção da Igreja Seicho-no-Ie de Maringá.

Faleceu aos 66 anos, no dia 28 de dezembro de 1963. A esposa, Sue, morreu no dia 16 de junho de 1979, aos 75 anos de idade.

Uma vida de honestidade, determinação e coragem. Um grande exemplo a ser seguido não somente por seus descendentes, mas também por todos aqueles que trazem em suas veias um pouco desse corajoso sangue oriental.

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