O ikebana é originário da Índia, onde os arranjos eram destinados a Buda. O Japão popularizou a arte e a fez se tornar conhecida pelo mundo afora. Em contraste com a forma decorativa dos arranjos florais que prevalece no Ocidente, o arranjo floral japonês cria uma harmonia de construção linear, ritmo e cor. Além das flores, o vaso, caules, folhas e ramos também fazem parte do arranjo.
A estrutura do Ikebana está baseada em três pontos principais que simbolizam o céu, a terra e a humanidade.
Dentre os diversos estilos de Ikebana, destaca-se a Academia de Ikebana Sanguetsu. Esse estilo busca representar uma forma de se chegar ao equilíbrio, à simplicidade e à beleza. O Sanguetsu tem, como princípio básico, o sentimento de respeito à natureza criando composições capazes de refletir a beleza natural das flores em sua forma mais pura, levando alegria e paz às pessoas que apreciam os arranjos.
Ikebana no ACEMA
Edna Mitiko Matsuda Otsuki e Amélia Satiko Guinoza praticam a arte do Ikebana há mais de 10 anos. Mitiko começou a prática do Ikebana Imenobo para fazer companhia a sua mãe e se apaixonou. Amélia teve seu primeiro contato com a arte na adolescência, mas só começou a praticar anos depois. As duas fazem parte do grupo de Ikebana da ACEMA que tem como uma de suas atividades cuidar da Exposição de Ikebana do Festival Nipo Brasileiro da ACEMA. Com a volta do Festival em 2022, o público terá a oportunidade de ver belíssimos arranjos confeccionados com muito cuidado e destreza pelo grupo.
Quem tiver interesse em se aprofundar no tema e aprender na prática como fazer um arranjo oriental pode entrar em contato com Mitiko Otsuki (9 9973-6100) ou Amélia Guinoza (9 9882-6543).
As lições do Ikebana by Sandra Katayama
Muitas pessoas olham para o Ikebana e acham que é só ir colocando as flores, ramos e galhos no vaso e desconhecem a complexidade de significados que existe por trás da montagem. Como tudo na cultura japonesa, nada é por acaso no Ikebana. Os movimentos, a escolha do vaso, das plantas, das folhas, tudo é milimetricamente pensado e planejado.
Minha primeira experiência prática com o Ikebana foi durante o Costão Matsuri 2021 realizado no Costão do Santinho Resort, em Florianópolis, quando tive a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a arte. Graças à orientação da Profª. Emiko Ide pude montar o meu próprio Ikebana. Ficou bem longe dos maravilhosos arranjos que vemos nas exposições, mas fiquei muito orgulhosa do que fiz.
Um fato que me marcou foi quando fizemos um Ikebana de 4 lados, ou seja, um arranjo para ser colocado no centro da mesa. O desafio era montar o arranjo de forma que ficasse bonito independente do ângulo que olhássemos. O interessante é que depois de montado, era como se houvessem 4 arranjos diferentes de acordo com o lugar que sentamos.
Lição: Em muitas situações, nós insistimos em defender com unhas e dentes o nosso ponto de vista, mas se nos colocarmos no lugar do outro, talvez passemos a ver a mesma situação de forma diferente. Nos colocar no lugar do outro, nos permite ver as coisas sob um novo ponto de vista e isso nos ajuda a ter mais empatia com o próximo.