Em tempos difíceis como este que estamos passando somos forçados a encarar a realidade de frente. Temos idosos crianças à nossa volta e precisamos ter paciência e sabedoria para garantir a segurança e a proteção de todos. Como diz a sabedoria popular: muita calma nessa hora! A história nos mostra que, no passado, momentos de crise deixaram ensinamentos importantes para exercitarmos compaixão e sabedoria.
A tradição budista apresenta uma reflexão que merece ser compartilhada com todos neste momento. Imagine que você é um guerreiro e leva uma flechada em batalha. Se neste momento você ficar se perguntando por que a flecha lhe acertou, quem atirou ou se a ponta tinha algum tipo de veneno, provavelmente não sobreviverá. A situação exige que você remova a flecha antes de ser afetado por um eventual veneno. Todas as outras perguntas podem ser respondidas depois. Ou seja, devemos aprender a priorizar o que precisa ser feito neste momento, durante a pandemia, e deixar os assuntos secundários para depois. Mas, infelizmente, não estamos nos saindo muito bem nesta tarefa.
A literatura mundial tem um livro interessante para refletirmos neste momento: Jakob, o Mentiroso, de Jurek Becker. É a história de um judeu que vive em um gueto na Europa, durante a Segunda Guerra Mundial, que utiliza uma rádio fictícia para espalhar otimismo para aqueles que já haviam perdido as esperanças. A história ganhou uma adaptação para o cinema, em 1998, rebatizada como Um Sinal de Esperança, dirigido por Peter Kassovitz, com Robin Williams interpretando o papel principal. A lição que Jakob nos ensina é fundamental nesta pandemia: devemos ser sempre otimistas, ignorando as fake news e cuidando uns dos outros.