Ficou evidente e devidamente registrada a impopularidade do prefeito Ulisses Maia (PSD). Isso porque, no cerimonial de entrega de mais uma obra proporcionada com recursos do governo federal, cujo montante ultrapassou a marca dos 80 milhões de reais, a qual resultou na ampliação da pista do Aeroporto Regional de Maringá – Silvio Name Júnior, ao discursar, o prefeito da melhor cidade para se morar foi altamente vaiado, a ponto de não conseguirmos ouvi-lo.
Isso mostra a popularidade daquele que venceu a eleição no primeiro turno no pleito de 2020? Bom, aí faço o questionamento a você, caro leitor.
A bem da verdade é que, de acordo os registros feitos pela mídia, e até aqueles feitos por mim, conforme vemos na foto, ninguém estava satisfeito com a presença do prefeito Ulisses Maia na cerimônia. É que o chefe do executivo municipal está mais alinhado às ideologias da esquerda, sendo que esta postura obviamente não agrada o povo conservador que elegeu e que apoia o presidente Bolsonaro.
A exemplo, trago à baila a recente proposta do poder Executivo em enviar à Câmara de Vereadores o projeto de Lei que visava a criação do Conselho Municipal do LGBTQIA+. Essa proposta foi derrubada em segundo turno na Câmara por 10 votos a 4, mas mostra, de forma muito clara, a linha ideológica do Prefeito, a qual não se coaduna com as pautas defendidas pelo presidente Bolsonaro e por seus apoiadores.
Ainda, temos outro ponto para discutir. O prefeito Ulisses Maia adotou uma linha bastante restritiva quanto aos decretos de fechamento do comércio e indústria durante a pandemia, causando o encerramento de atividades e o consequente desemprego. Noutro lado, o presidente Bolsonaro sempre procurou conciliar os cuidados com a saúde e com a economia, justamente por entender que não há desenvolvimento nacional sem uma economia forte gerando empregos e renda.
Mesmo com as restrições exacerbadas e com a visão ideológica de esquerda, o prefeito Ulisses Maia venceu o pleito eleitoral em primeiro turno, algo muito estranho, já que onde frequentávamos em campanha, o cenário era desfavorável a ele. O que o levou à vitória? Seria popularidade? Não vejo assim… a mim parece que faltou concorrente que pudesse ter, ao mesmo tempo, estrutura eleitoral (tempo de TV, recursos financeiros e articulação partidária), e principalmente, carisma que ligasse ao candidato com a base conservadora eleitora do presidente Bolsonaro.
Bom, o mais próximo a isso tudo, foi o 2º colocado, o deputado estadual Homero Marchese (PROS), que com 34.152 Votos (18,85%) foi derrotado nas urnas. Mas, para mim, faltou a personalidade de articulação com a base que era contra Ulisses Maia (PSD) e ao mesmo tempo com os fiéis apoiadores do presidente Bolsonaro. A posição adotada pelo deputado e então candidato era ambígua, pois ora não simpatizava com o presidente (quando era vereador), ora apoiava as suas ações, isso sem contar com a simpatia que tinha pelo Sérgio Moro, pós ruptura ministerial.
Esse posicionamento meio cá, meio lá, certamente plantou uma dúvida na cabeça do eleitor, causando a divisão dos votos entre os 13 candidatos ao pleito, e também a abstenção de quase 90 mil eleitores.
De toda sorte, retomando o que disse no início do texto, é certo que não só o prefeito foi vaiado por seus conterrâneos, mas também o deputado federal Luiz Nishimori (PL), e incrivelmente, o Governador do Estado, Ratinho Junior (PSD), a demonstrar que tais políticos desagradam a muitos.
Com as eleições de 2022 às portas, os eleitores de 2024 precisam melhor se posicionar, a fim de eleger em Maringá alguém que esteja alinhado com as pautas do governo Federal, claro, considerando a vitória do presidente Bolsonaro, na sua reeleição, se o TSE permitir.