Home office, homeschooling, home care… home, home, home! Esse termo, que em inglês que significa lar (que pode ser casa, apartamento ou qualquer outro imóvel onde se possa fixar residência), nunca esteve tão em voga como agora — ou melhor, nessa situação em que estamos vivendo há mais de um ano. Com a pandemia do novo coronavírus, o mundo inteiro teve de se voltar para seus lares e famílias.
Lares que antes serviam apenas de dormitórios para seus moradores, que passavam o dia no trabalho ou na escola, viraram escritórios, escolas, playgrounds, restaurantes e o que mais você possa imaginar, e isso fez muita gente dar a importância que nunca havia dado para sua própria morada.
Quem tem criança em apartamento começou a sonhar com um quintal; quem gosta de plantas, encheu a sacada de verde; quem curte cozinhar está achando sua cozinha muito apertada; e quem não tinha um escritório montado em casa teve de dividir a mesa da sala com o computador do parceiro ou do filho, que está num Zoom com a turma toda.
Assim, muita gente sentiu necessidade de mudar. Mudar um móvel de lugar, pintar as paredes, fazer a tão sonhada reforma no banheiro ou, enfim, construir a churrasqueira na edícula. Mais do que isso, muita gente decidiu realmente se mudar, procurar um novo lar mais adequado ao novo tempo — que, mesmo com o fim da pandemia, nunca mais será o mesmo. As coisas, as pessoas, os hábitos… tudo mudou, para sempre. Não somos os mesmos de um ano atrás, e jamais seremos. Naturalmente, o mercado imobiliário reagiu muito bem a esse movimento.
Você leitor, que vem me acompanhando nessa coluna nas últimas semanas, já sabe que o setor de imóveis em Maringá está altamente aquecido. Mas não é só por aqui. O isolamento social não foi totalmente ruim para a maioria das empresas da construção civil em todo o Brasil. Muitas delas estão realizando negociações totalmente online, e o mercado se mantém otimista para os próximos anos. Com isso, espera-se que os preços e o número de vendas continuem estáveis.
Tudo isso reflete no INCC, o Índice Nacional da Construção Civil. Mas quando o INCC é olhado apenas como índice de correção, é injusto para com o mercado. Porque todo índice de correção, seja lá qual for, quando não dá nada, ninguém abre a boca. Mas quando há alguma correção, todo mundo reclama. Então veja só: o IGPM, pra quem pegou este ano, registrou uma média, em 12 meses, um acumulado de 18 a 23%. E o que o IGPM corrige? Geralmente, os contratos de aluguéis estão amparados nesse índice, mas é difícil conseguir repassar um percentual tão alto de correção para o cliente. Há um bom senso instalado entre quem aluga e quem loca, e as duas pontas sabem que corrigir 23% é irreal, porque ninguém teve seus salários reajustados em mais de 20%.
Quando analisamos o mercado de consumo nessa retomada pós-covid (pelo menos o que nós achávamos que seria), a partir de outubro de 2020, a madeira básica dobrou o preço. E a madeira de acabamento, como de decks, por exemplo, praticamente triplicou. Quando falamos de acabamentos (pisos, revestimentos etc), muitos deles chegaram a preços corrigidos em 60%, enquanto alguns ultrapassaram 90% de aumento.
Mas o que eu quero dizer com tudo isso? O índice INCC está sendo corrigido. E quando você avança com a lupa um pouco mais a fundo, ainda nos mesmos exemplos da madeira e dos materiais de acabamento, observa-se uma correção homérica. E o que isso reflete para o mercado imobiliário? Assim como nós, os preços não voltam ao que eram. Jamais. Ou seja, quem tinha imóvel comprado, ganhou dinheiro. Quem havia investido em imóveis, ganhou dinheiro.
Mas para quem ainda não havia comprado, é preciso abrir olhos, e eu já falei sobre isso: estamos às vésperas da maior valorização que o mercado imobiliário brasileiro já vivenciou. Eu acredito que, em um curto espaço de tempo, vamos viver uma loucura nesse mercado. Mas por quê? Só estão acontecendo essas correções todas porque a indústria, quando parou e voltou, teve de reavaliar por que quase quebrou — e foi porque não vinha acompanhando o preço de mercado, seja a indústria da madeira ou da cerâmica.
Quando analisamos o que o Real vale hoje em relação ao Dólar, que é a moeda de exportação, constata-se que seja muito melhor exportar do que vender no mercado interno. E ter esse controle governamental, da quantidade que vai se exportar ou não, não é tão simples assim.
O consumo e a produtividade voltaram abundantemente, e os índices continuam corrigindo porque, quem está produzindo, não está suprindo a ponta. Na grande maioria dos mercados relacionados à construção civil, esse primeiro trimestre de 2021 foi de recorde para as empresas que têm de 15 a 18 anos de mercado.
Por fim, vai se instalar aquela sensação de que estamos em meio a uma bolha. Mas não é. E não é por um simples motivo: sempre que se fala em bolha do mercado imobiliário, não se leva em consideração todas essas pequenas coisas que estou levantando. Neste momento estamos vivenciando uma valorização real. De novo, os sábios investidores do setor de imóveis vão continuar ganhando muito dinheiro.