Por meio do volume de negociações financeiras envolvendo crédito imobiliário, podemos ter uma amostra sobre o que realmente vem acontecendo no setor e se realmente investir em imóveis continua sendo uma opção feita por brasileiros de todas as classes econômicas. E a resposta é positivo. Sim, o brasileiro continua tomando dinheiro emprestado para realizar o sonho da casa própria ou fazer investimentos pensando na venda ou no aluguel do bem.
Inegável que a pandemia afetou duramente a geração de empregos e alguns setores simplesmente sucumbiram, como o de eventos. Em contrapartida, outros setores alavancaram, independentemente do vírus. É o caso da agricultura, com plantadores de soja sorrindo à toa com a alta do preço da commodity. O que quero dizer é que, mesmo em crises econômicas, sempre terá alguém investindo, pensando no futuro e buscando fazer bons negócios. Neste sentido, os imóveis permanecem em alta, pois a instabilidade de investimentos mais radicais costuma assustar ainda mais nesses momentos.
Vamos aos números. De acordo com a agência de notícias Reuters, os empréstimos liberados para compra de imóveis no país somaram R$ 12,5 bilhões no mês de fevereiro, uma incrível alta de 95,3% quando comparado ao mesmo mês de 2020. Os dados são da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) e foram divulgados na última segunda-feira (29).
A Abecip informa que o montante foi recorde nominal para fevereiro, conforme série histórica iniciada em 1994. No primeiro bimestre, o montante financiado somou R$ 24,74 bilhões, alta de 83% em relação ao mesmo período de 2020. No acumulado em 12 meses, foram R$ 135,19 bilhões.
Fechamos o primeiro trimestre de 2021 ainda assustados com o aumento no número de vítimas de covid-19, mas com a esperança de uma vacinação em massa se concretizando ainda neste ano. Nos fechamentos de trimestres, algumas projeções são lançadas institucionalmente no País, e trago uma outra boa notícia para o nosso setor de imóveis. O saldo do crédito concedido pelos bancos deverá crescer 8% este ano, de acordo com o Relatório de Inflação, publicação trimestral do Banco Central (BC). A estimativa é maior do que a divulgada no relatório anterior, de 7,8%.
Conforme o BC, esse aumento decorre da reavaliação na trajetória esperada para o crédito direcionado, enquanto a expectativa de evolução do crédito livre foi mantida. E a diferença entre crédito direcionado e crédito livre é bem simples: crédito livre é aquele em que os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros cobradas dos clientes; já o crédito direcionado tem regras definidas pelo governo, e é destinado, basicamente, aos setores habitacional, rural, de infraestrutura e ao microcrédito.
Agora um dado do fatídico 2020, período em que a população mundial ficou paralisada pelo medo por conta da pandemia: a Caixa voltou a superar a marca anterior em termos de concessão de crédito imobiliário. O banco estatal divulgou: foram concedidos R$ 509,8 bilhões para pessoas adquirirem imóveis, superando os R$ 465,1 bi financiados em 2019, conforme resultado da carteira de financiamento habitacional em 2020 divulgado recentemente pelo banco estatal.
Em número de imóveis financiados, segundo a Abecip, a alta foi de 98,4% em relação a fevereiro de 2020, sendo, ao todo, 50,6 mil imóveis, nas modalidades aquisição e construção – no mesmo mês do ano passado, esse número foi de 25,5 mil. Em 12 meses, foram financiados com recursos da poupança 479,04 mil imóveis.
Para nós, que amamos e trabalhamos com imóveis, esses bons números apresentados recentemente renovam o nosso fôlego para continuar atuando com fé de que dias melhores chegarão para todos nós. Em Maringá, comprovamos os números nacionais em uma simples caminhada no bairro. A depender da localidade, ou encontrará vários prédios sendo levantados ou então casas em construção. A grande verdade é esta: nós nunca paramos, e nunca vamos parar.