Combustíveis – A redução dos impostos estaduais proposta pelo governo para combater a alta dos combustíveis deve custar R$ 46,4 bilhões aos cofres da União, com a promessa de reduzir em R$ 1,65 o preço do litro da gasolina e R$ 0,76 o do diesel. Críticos à iniciativa alertam que a investida pode ser ineficaz em seu objetivo de proporcionar alívio aos consumidores, pois um eventual reajuste da Petrobras pode anular qualquer possível efeito da desoneração, deixando apenas o desfalque nos cofres dos estados.
Economia – A economia brasileira deve crescer apenas 0,6% em 2022, enquanto o avanço da economia mundial será de 3%, cinco vezes mais que a brasileira, segundo estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Entre as causas estão a alta da inflação, a guerra na Ucrânia, a lenta recuperação do mercado de trabalho e as incertezas políticas por conta das eleições presidenciais em outubro.
Recorde – Dados da Conab mostram que a safra brasileira de grãos 2021/22 deve ter novo recorde, com uma produção estimada em 271,28 milhões de toneladas, aumento de 6,2% sobre a temporada anterior. Isso significa cerca de 15,8 milhões de toneladas a mais. A safra é recorde, especialmente para soja e milho, mas produção de grãos e de proteínas básicos como arroz, feijão, leite e ovos será menor e preocupa, principalmente neste período de inflação elevada e de baixa renda dos consumidores.
Trigo – A produção brasileira de trigo deve ser recorde este ano: 8,879 milhões de toneladas, 13,6% a mais que em 2021, segundo os dados do IBGE. A região Sul deve responder por 89,9% da produção. No Paraná, maior produtor nacional de trigo, com 43,7% no total, a produção foi estimada em 3,9 milhões de toneladas, aumento de 20,8% ante 2021. O Brasil consome anualmente cerca de 12 milhões de toneladas de trigo, e costuma importar de países do Mercosul grande parte do complemento que necessita para atender à demanda interna.
Cana-de-açúcar – O Brasil é o maior produtor de açúcar do mundo e o segundo maior em etanol, mas quase 30% de sua capacidade de moagem de cana está ociosa devido a dificuldades financeiras enfrentadas pelas usinas menores. Isso aliado aos preços do açúcar, negociados perto de um pico de cinco anos, enquanto os do etanol no Brasil estão perto de altas históricas, levaram investidores a buscar acordos de fusão no Brasil, onde grande parte da capacidade ociosa de biocombustíveis poderia ser usada para ajudar a aumentar o abastecimento global de combustível e alimentos.
Café – A safra de café do Brasil deste ano foi estimada em 52,8 milhões de sacas, declínio de 3,7% ante o mês anterior, com uma produção menor que a esperada na variedade arábica, de acordo com IBGE. Mesmo com a redução, a safra do Brasil ainda será 7,8% maior ante 2021, quando o país estava no ano de baixa do ciclo bianual do arábica.
Cocamar – A quase três meses do início da semeadura da safra de soja 2022/23 na região, 80% dos volumes de insumos da Cocamar já foram antecipados, dos quais 1/3 se encontram nos armazéns da cooperativa. A realização de compras por parte dos produtores, com grande antecedência, segundo o vice-presidente da Cocamar, José Cícero Aderaldo, se tornou especialmente necessária nos últimos dois anos, devido aos problemas logísticos e as paralisações causadas pela pandemia. Mas, em 2022, com a guerra entre Rússia e Ucrânia, a situação se tornou ainda mais complexa.
Segurança alimentar – O ano de 2022 marca o retrocesso da segurança alimentar no Brasil ao mesmo patamar de fome de quase 30 anos atrás. Atualmente, 33 milhões de pessoas passam fome no país. Em 1993, quando o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, lançou a Ação da Cidadania Contra a Fome, a Miséria e pela Vida, eram 32 milhões de pessoas nessa situação, segundo dados semelhantes do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, para uma população 35% menor que a de hoje. E isso no país que vem sendo chamado a se tornar o celeiro do mundo.
Safra – Os agricultores brasileiros devem utilizar de 800 bilhões até 1 trilhão de reais em recursos para financiar a safra 2022/23, plantada a partir de setembro, estima o mercado. Com isso, a parcela vinda de juros controlados pelo próximo Plano Safra deve representar menos de um quarto do total. Isso mostra que o agro brasileiro é muito maior do que o Plano Safra e o setor privado encontrou formas de financiar o agro.
Fertilizantes – Os fertilizantes importados pelo Brasil em grande parte da Rússia devem garantir oferta de insumos para o plantio de grãos do Brasil na safra 2022/23, segundo o ministro da Agricultura, Marcos Montes, apesar de preocupações sobre sanções globais aos russos, diante da guerra na Ucrânia. No acumulado de janeiro a maio, a aquisição de fertilizantes do país alcançou 16,64 milhões de toneladas, aumento de 16,5% ante o volume adquirido em igual período de 2021.