Chuvas ajudam e plantio acelera

Lavouras têm apresentado um bom desenvolvimento e a expectativa é de que as produtividades médias fiquem entre 3.500 a 3.800 quilos por hectare.

FOTO CAMPOS E NEGOCIOS

Muitos produtores plantaram no pó e foram salvos pelas chuvas dos últimos

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As chuvas que tem ocorrido em abundância em toda a área de atuação do Núcleo Regional de Maringá da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab),   que engloba 31 municípios, tem favorecido tanto o plantio quanto o desenvolvimento das lavouras de verão, especialmente a soja, segundo o chefe do Núcleo Regional de Maringá, Jucival Pereira de Sá. “Os produtores têm aproveitado ao máximo os intervalos das chuvas para acelerar o plantio. Há vários municípios que já estão quase encerrando os trabalhos”, afirma.

Até o dia 18 de outubro, cerca de 55% dos 299,8 mil hectares de soja esperados já tinham sido plantados, número que deve ter superado os 70% até o final da semana. Do total plantado, 40% da área estão em germinação e 60% em estágio de desenvolvimento. A área total será pouco maior do que a do ano passado, quando o número foi de 296,5 mil hectares. O crescimento do plantio de soja foi principalmente em cima das áreas de pastagem e de cana-de-açúcar.

“Com o bom volume de chuvas até agora, as lavouras têm apresentado um bom desenvolvimento e a expectativa é de que as produtividades médias fiquem entre 3.500 (58,33 sacas/hectare ou 141,2 sacas/alqueire) a 3.800 quilos por hectare (63,33 sacas/hectare ou 153,3 sacas/alqueire)”, calcula Jucival. A preocupação, entretanto, em ano de La Niña, é que falte chuva nos meses de novembro e dezembro, quando normalmente ocorrem a floração e granação das lavouras de soja da região, período mais crítico para a cultura.

O chefe do Núcleo Regional de Maringá comenta que devido a intensidade das chuvas e o grande volume registrado em poucas horas em algumas ocasiões, houve a ocorrência de erosões nas áreas mais inclinadas, onde o manejo de conservação do solo não era adequado. “Foram alguns casos isolados, sendo necessário o replantio. Também foi registrado a ocorrência de fungos em áreas onde a drenagem do solo não era boa, mas o número não foi significativo, sendo controlado sem problemas”, afirma.

Em Mandaguaçu, município vizinho a Maringá, os irmãos Terezan, não têm tempo para mais nada: eles aproveitam cada minuto do dia para avançar na semeadura da soja. “A gente levanta bem cedo já querendo ir pra roça”, diz Moacir, que trabalha em sociedade com os irmãos Marival e Mauro em 310 alqueires (750 hectares) entre terras próprias e arrendadas. Os trabalhos tiveram início em pleno feriado de Nossa Senhora Aparecida e, com suas três semeadeiras, os Terezan conseguem fazer 30 alqueires por dia, em média.

Mandaguaçu não é um município com grande tradição em soja, os solos variam entre mistos e arenosos, mas a cultura produz bem por ali e vem avançando. No ano passado, para fazer frente ao crescimento da produção, a Cocamar implantou uma estrutura de recebimento próxima ao distrito de Pulinópolis, facilitando a vida dos produtores.

Segundo Moacir, sua família sempre implanta a lavoura a partir de meados de outubro, época que considera mais apropriada. “Aqui a gente não tem o costume de antecipar”, avisa. Com a soja semeada em outubro, o milho vem na sequência ainda dentro da janela recomendada pelos técnicos, em março. Os Terezan foram visitados pelo Rally Cocamar de Produtividade.

Moacir conta que o capricho é tudo na agricultura e eles se preocupam em fazer tudo bem feito. A soja em breve estará emergindo em meio à palhada deixada pelo milho. “Temos confiança de que vai ser um ano melhor”, diz Moacir, referindo-se às agruras causadas pelo clima tanto na última safra de verão quanto na de inverno. Eles que trabalham também com terras arrendadas, precisam produzir para sobrar alguma coisa, pois os custos são altos.

Na soja (ciclo 2020/21) os irmãos conseguiram 122 sacas por alqueire (50,4/hectare) em média. “Teve muita gente por aí que não colheu nem isso”, diz Moacir, comentando sobre as perdas ocasionadas pela seca. Em anos de clima favorável, os resultados são bem melhores. No milho de inverno, por causa também da falta de chuvas e das geadas, a safra deste ano é para ser esquecida, segundo o produtor – no geral, uma das maiores quebras já registradas na média em todas as regiões atendidas pela Cocamar.

No caso do milho primeira safra da temporada 2021/22, o plantio dos 500 hectares esperados já foi finalizado e as lavouras estão em estágio de desenvolvimento vegetativo, diz Jucival. Na região, tem ainda mais 50 hectares ocupados com feijão também em desenvolvimento.

Antecipar as compras foi um grande negócio

Os produtores avançam no plantio da safra de verão 2021/22 em meio a uma preocupação: a falta de alguns insumos, como defensivos. O problema, que não ocorre apenas no Brasil, começou a ser percebido nos últimos meses devido a uma soma de fatores, entre os quais os efeitos da pandemia e fenômenos climáticos devastadores que desorganizaram a cadeia produtiva como um todo.

De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), os efeitos da Covid-19 na Ásia têm acarretado restrições de matéria-prima. A entidade informou também que houve aumento generalizado de preços das matérias-primas e a falta de produtos tem sido inevitável.

Neste ano, como forma de proteger seus cooperados das incertezas e previsíveis altas, bem como para que pudessem estabelecer um planejamento com tranquilidade – que é também fundamental à programação das companhias fornecedoras -, a Cocamar antecipou para o mês de fevereiro a campanha de vendas de insumos para a safra de verão que, historicamente, promove no início do segundo trimestre.

Havia a preocupação de que desarranjos ocasionados pela pandemia em nível mundial e observados já na safra de verão anterior, como escassez de alguns produtos, problemas logísticos e alta nos preços, se repetisse em 2021. No entanto, além dessas situações, o mercado vem sendo impactado fortemente por desastres naturais como o furacão Ida nos Estados Unidos, bem como um tufão e alagamentos que provocaram destruições em importantes zonas portuárias chinesas. Está havendo, até mesmo, um racionamento de energia no gigante asiático.

Como não poderia ser diferente, esse conjunto de fatores tem levado a uma disparada nos preços dos insumos, sobretudo daqueles que dependem de matéria-prima importada. Para realizar a campanha de vendas em fevereiro, a cooperativa negociou intensamente grandes volumes com as empresas fornecedoras e repassou aos cooperados as vantagens financeiras, assegurando a eles o fornecimento no período ideal e blindando-os das altas que vieram a seguir.

“Os cooperados que aderiram à campanha têm os insumos que necessitam e da sua preferência, cotados a um patamar de preços abaixo em comparação à atual realidade do mercado, o que mantém os custos em níveis suportáveis. Já quem deixou para fazer suas aquisições mais para a frente, não escapou de um maior desembolso e, consequentemente, de um encarecimento do seu custo de produção”, resume o gerente executivo comercial de Insumos, Geraldo Ganaza, que complementa: “Voltada ao crescimento dos seus cooperados, a Cocamar tem sido, portanto, um porto seguro e altamente confiável especialmente em períodos tão desafiadores quanto este ano de 2021”.

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