As chuvas de primavera chegaram na hora certa para acelerar o plantio de soja na região de Maringá. Até o início da semana passada, os produtores dos 31 municípios que englobam a área de ação do Núcleo Regional de Maringá da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado do Paraná (Seab), tinham plantado somente cerca de 5% dos 299,8 mil hectares de soja esperados nesta safra na região, segundo o chefe do Núcleo Regional de Maringá, Jucival Pereira de Sá. Cerca de 80% dessa área está em germinação e 20% em estágio de desenvolvimento vegetativo.
Por conta da expectativa de entrada de uma nova frente fria, trazendo chuvas para a região, fato que se confirmou, um grande número de agricultores optou pelo risco calculado de plantar soja no seco, a espera da umidade necessária. Jucival calcula que com a estratégia adotada pelos agricultores, a área de soja plantada na região deve ter sido ampliada até 10% ou 15% do total esperado.
“Muitos preferiram arriscar plantar pelo menos uma pequena parcela da área no seco, esperando as chuvas previstas, porque se essas viessem em pouco volume, essa umidade normalmente seria suficiente para que a planta germinasse, mas se tivesse que ainda efetuar o plantio, esta poderia não ser suficiente para a germinação”, comenta Jucival.
De acordo com as estimativas do Departamento de Economia Rural (Deral) da Seab, a região de Maringá deve produzir 1,1 milhão de toneladas de soja, com produtividades médias variando entre 3.500 a 3.800 quilos por hectare, o que equivale as médias de 58,3 sacas por hectare ou 141 sacas por alqueire a 63,3 sacas por hectare ou 153,3 sacas por alqueire.
Com 55% do milho safra verão já plantado, a expectativa, destaca Jucival, é chegar a 500 ou 600 hectares plantados com o grão na região, com o aumento de área se dando principalmente em áreas de milho produzido para silagem. Do total plantado, 44% das lavouras de milho estão em germinação e 56% em desenvolvimento vegetativo. A expectativa é que as produtividades médias fiquem entre 7 mil a 7,5 mil quilos por hectare (116,6 sc/ha – 282,3 sc/alq a 125 sc/ha – 302,5 sc/alq), somando ao todo 3,63 mil toneladas de milho.
A região tem ainda mais 50 hectares já ocupados com feijão, estando a área já totalmente plantada, com 80% das lavouras em desenvolvimento vegetativo e 20% em germinação. A expectativa é de que sejam produzidas 67 toneladas de feijão.
Com 80% dos 11.300 hectares de trigo cultivados na região já colhidos, a safra de inverno caminha para a etapa final. A expectativa inicial é de que seriam produzidas 26 mil toneladas do cereal, mas conforme avançam os trabalhos, Jucival diz que já se pode avaliar que houve perdas com as geadas, estiagens e chuva de pedra. “As produtividades médias das lavouras têm ficado em 1.800 quilos por hectare (30 sacas por hectare ou 72,6 sacas por alqueire). A estimativa era de 2.500 a 2.800 quilos por hectare, uma perda de 15% a 20%”, comenta.
Destaques da semana
PREÇOS ALTOS – Os preços dos alimentos no mundo dispararam quase 33% em setembro de 2021 em comparação com o mesmo período do ano anterior. O dado é do índice de preços de alimentos mensal da Agência das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, a FAO, que também identificou que os preços globais subiram mais de 3% desde julho, alcançando níveis que não eram vistos desde 2011, se tornando um dos mais altos da história moderna.
CARNE – O preço da carne mudou de patamar, e os consumidores devem se acostumar com essa evolução. Vão continuar pagando mais, segundo Ricardo Santin, presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), entidade que congrega produtores e exportadores do setor. Produção e consumo internos de carnes de frango e de suínos sobem neste ano, uma tendência que também deverá ocorrer em 2022. O setor de ovos acompanha. A produção, no entanto, está sendo feita com custos bem mais elevados, sem perspectivas de retorno. Milho e soja representam 70% dos custos da produção das proteínas, e os aumentos de preços desses dois insumos estão acelerados.
REBANHO – O rebanho bovino do Brasil cresceu 1,5% em 2020 após dois anos seguidos de queda, chegando a 218,2 milhões de cabeças, maior efetivo desde 2016, segundo dados do IBGE. A alta do preço do boi gordo, do bezerro e o crescimento nas exportações de carne contribuíram para o aumento das criações no Brasil, que tradicionalmente possui o maior rebanho bovino comercial no mundo.
COCAMAR – A Cocamar subiu sete posições no ranking geral das “500 Maiores do Sul”, levantamento realizado anualmente pela Revista Amanhã, que acaba de ser divulgado. Os dados que serviram de base, referentes ao exercício 2020, são comparados aos obtidos em 2019. De acordo com a publicação, a cooperativa é a 32ª maior empresa da Região Sul do país e, quando consideradas apenas a 100 maiores do Paraná, a organização subiu duas posições, figurando na 12ª colocação.