Chuvas de outubro beneficiam lavouras

Desde 2007 não chovia tanto no mês. Plantio deve encerrar até meados de novembro na região

Edicao 45 3

Foto: Divulgação

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O plantio de soja na área de atuação do Núcleo Regional de Maringá da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), que engloba 31 municípios, já está praticamente finalizado.

Com mais de 95% plantados dos 299,8 mil hectares de soja esperados na região, os produtores aproveitam a folga nas chuvas intensas que caracterizaram o mês de outubro para finalizar os trabalhos, segundo o chefe do Núcleo Regional de Maringá, Jucival Pereira de Sá.

Do total plantado, 92% da área estão em estágio de desenvolvimento e o restante em germinação. Na segunda-feira passada, quando fechou o último relatório do Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral), da Seab, o percentual de soja plantada era de 85% na região. “A semana sem chuva permitiu a evolução
rápida do plantio, que já está caminhando para a etapa final, devendo ser concluída até meados de novembro.

O que falta é praticamente a área que precisou ser replantada por causa da tempestade ocorrida no dia 30 de outubro e que atingiu fortemente cerca de 20 mil
hectares, 7% da área total, que estava recém-plantada”, comenta Jucival.

A principal área atingida pegou uma faixa que abrange os municípios de São Jorge do Ivaí, Ourizona, Floraí, Paiçandu, Astorga e Iguaraçu.

“Foram quase 200 milímetros de chuva torrencial em pouco mais de uma hora, além de ventos fortes e granizo”, afirma o chefe do Núcleo Regional de Maringá.

As volumosas chuvas do mês de outubro, especialmente no dia 30, impactaram na agricultura, provocando erosão com as enxurradas que deixaram
um rastro de destruição, arrebentaram curvas de nível e levaram embora a camada mais fértil do solo. Além disso, a quantidade de água ocasionou o que os técnicos chamam de lixiviação – o derretimento dos fertilizantes que são levados para as camadas inferiores do solo.

A umidade excessiva, também, favoreceu o desenvolvimento de um fungo que causou a morte de plantas. Tudo isso sem esquecer dos estragos deixados pelos
temporais, os ventos fortes e, principalmente, das tempestades de granizo.

O engenheiro agrônomo Fernando Smith, da unidade de Doutor Camargo da Cocamar, explica que este é um momento em que se pode ver a importância das
boas práticas. Em solos bem protegidos com palhada, no caso a cobertura de braquiária, praticamente não são observados problemas com a erosão, tendo havido, ainda, baixa incidência de ervas de difícil controle – diferente do que se viu em solos desprotegidos.

“A cobertura dificulta a formação de enxurradas, absorve a água, retém umidade e inibe o desenvolvimento de ervas”, comenta.

“Com o bom volume de chuvas registrados em outubro, as lavouras têm apresentado um bom desenvolvimento e a expectativa é de que as produtividades médias fiquem entre 3.500 (58,33 sacas/hectare ou 141,2 sacas/alqueire) a 3.800 quilos por hectare (63,33 sacas/hectare ou 153,3 sacas/alqueire)”, calcula Jucival.

O mês de outubro foi atingido por volumes históricos de chuvas. Em Doutor Camargo, a 30 km de Maringá, as precipitações totalizaram 452 milímetros – a maior quantidade desde janeiro de 2007, quando os pluviômetros registraram 450 mm. O assunto foi abordado pelo Rally Cocamar de Produtividade.

Quem faz um detalhado acompanhamento de chuvas, há 21 anos, é o cooperado da Cocamar, Jorge Pedro Frare, produtor de soja e milho. Suas informações,
inclusive, são utilizadas oficialmente.

O curioso é que a enorme quantidade de chuvas  em outubro contrasta com o baixo nível de precipitações ocorridas nos últimos seis meses, de apenas
270 mm, quando o estado, de uma forma geral, enfrentou uma das maiores estiagens em muitos anos.

A preocupação, entretanto, em ano de La Niña, é que falte chuva nos meses de novembro e dezembro, quando normalmente ocorrem a floração e granação das lavouras de soja da região, período  mais crítico para a cultura.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a predominância do fenômeno climático La Niña poderá trazer menos quantidades de chuvas que o normal durante o ciclo de verão 2021/22, sobretudo entre os meses de novembro e janeiro.

“A partir de agora, os produtores também precisam ficar atentos aos manejos fitossanitários, fazendo o monitoramento das lavouras, através do manejo  integrado para um adequado controle de pragas e doenças, visando garantir bons resultados na safra”, finaliza Jucival.

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