Colheita avança para etapa final

Apesar de as perdas médias ficarem ao redor de 11% na região de Maringá, em relação a previsão inicial, os resultados ainda foram positivos

A colheita de soja da safra 2020/21 na região de Maringá caminha para a etapa final. Segundo Moises Bolonhez, responsável técnico do Departamento de Economia Rural da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Deral/Seab), até quarta-feira (24), 95% da área total já tinham sido colhidas, chegando a 97% no final de semana. A previsão é de que todo trabalho deve estar encerrado até o início de abril. As áreas remanescentes são basicamente as de solo mais arenoso, onde o plantio de soja ocorreu mais tarde, entre o final de novembro até meados de dezembro.

“A colheita está praticamente finalizada. Por conta dos contratempos climáticos, as estiagens no ano passado e chuvas em excesso no início deste, as produtividades ficaram aquém do esperado inicialmente, mas, de um modo geral, os resultados foram positivos”, avalia Jucival Pereira de Sá, chefe do Núcleo Regional de Maringá da Seab.

As perdas médias registradas foram de 11% em relação aos números previstos inicialmente. Na primeira avaliação feita, os técnicos do Deral apontavam produtividades médias em torno de 3.400 a 3.700 quilos de soja por hectare. Os números registrados até agora, entretanto, têm ficado em 3.100 a 3.200 quilos por hectare de média.

Até o final de semana foram colhidas 900 mil toneladas de soja na região de Maringá, que engloba 31 municípios, comenta Moisés. O Deral tem trabalhado com a expectativa de fechar a safra na região com uma produção de 935 mil toneladas de soja. A previsão inicial era de 1,055 milhão de toneladas.

Com relação a safra de inverno, o plantio de milho safrinha avança em ritmo acelerado já ocupando 230 mil hectares, cerca de 90% da área esperada: 257 mil hectares. Considerando os 296,5 mil hectares cultivados com soja na região, o restante da área deve ser ocupado com trigo, aveia, braquiária, mandioca e até mesmo ficar em pousio (sem nenhuma cultura).

COLHEITA. A previsão inicial era de 1,055 milhão de toneladas.FOTO-DIVULGAÇÃO

Com chuvas ocorrendo dentro da normalidade até o momento, a situação das lavouras de milho é considerada boa, com 70% dessas em estágio de desenvolvimento vegetativo. A produção estimada para a região é de 1,413 milhão de toneladas de milho segunda safra. “Apesar do atraso no plantio e dos consequentes riscos, os produtores, de um modo geral, não diminuíram a tecnologia utilizada, buscando obter altas produtividades”, afirma Moises.

Quanto mais tardio o plantio da safra de inverno, maiores são os riscos de geada ou estiagem, condições climáticas que se caracterizam conforme se aproxima o período de inverno. “Mesmo que eventualmente possa entrar algumas frentes frias, acarretando em perdas para as lavouras de milho, nossa maior preocupação é com a possibilidade de estiagens no período. Os meteorologistas têm previsto um inverno mais seco este ano, ainda como efeito do fenômeno climático La Niña, o que pode comprometer a produtividade”, diz Jucival.

 

Destaques da Semana

LIDERANÇA – Dados da Secretaria de Agricultura paranaense e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o Paraná se consolidou como primeiro produtor brasileiro de carne de frango, responsável por 33,4% da produção nacional, e segundo maior produtor de carne suína, com 21%. O Estado também é líder em piscicultura e mantém a vice-liderança na produção de leite (13,6%) e ovos (9%).

CARNES – Somada, a produção de carne de frango, suína e bovina no Paraná totalizou 5,78 milhões de toneladas, ou 22,3% do produzido no Brasil no ano passado. Desse total no Estado, 936 mil toneladas foram de carne suína, avanço de 11,1% comparativamente a 2019, perdendo apenas para Santa Catarina, responsável por 29% do total nacional com 1,3 milhão de toneladas. Já quanto ao frango, foram produzidas 4,49 milhões de toneladas, 3,9% a mais em relação a 2019, e 358,3 mil toneladas de carne bovina, um avanço de 0,64% no número de abates de 2019 para 2020, contrariando a tendência nacional de queda.

CANA-DE-AÇÚCAR – No acumulado desde o início da safra 2020/21 de cana-de-açúcar até 16 de março, uma quinzena antes do seu encerramento, a moagem chegou a 600,47 milhões de toneladas, enquanto as produções de etanol e de açúcar alcançaram, respectivamente, 29,99 bilhões de litros e 38,28 milhões de toneladas, ultrapassando em 2,40 milhões de toneladas o recorde anterior, de 35,89 milhões de toneladas, registrado na safra

2017/2018. Os dados são da Unica – União da Indústria de Cana-de-Açúcar.

EM ATIVIDADE – Na primeira quinzena de março, 14 usinas iniciaram a moagem na região Centro Sul, somando, com as que já estavam em operação, 30 unidades, sendo 21 indústrias processando cana-de-açúcar e 9 empresas com fabricação de etanol de milho (5 delas dedicadas exclusivamente ao processamento desta matéria-prima). Outras 24 unidades devem iniciar a safra na segunda quinzena de março.

ETANOL – Nos primeiros 15 dias de março, as vendas de etanol pelos produtores da região Centro-Sul somaram 1,24 bilhão de litros, dos quais 69,27 milhões de litros destinados à exportação e 1,17 bilhão de litros ao mercado interno. Em relação ao volume de etanol anidro comercializado no mercado doméstico, houve um aumento de 1,85%: 390,26 milhões de litros neste ano, contra 383,17 milhões de litros apurados na mesma quinzena de 2019. Já no caso do etanol hidratado, as vendas internas totalizaram 778,59 milhões de litros nos primeiros quinze dias de março, aumento de 11,13% sobre os 700,63 milhões de litros comercializados na mesma quinzena de 2020.

DEMANDA – A expectativa inicial era que a demanda por biocombustível caísse na primeira quinzena de maço devido ao acirramento das medidas de isolamento. Contudo, houve crescimento de 11,13% nas vendas de etanol hidratado, que pode ser em parte justificado pelo diferencial de preço favorável ao biocombustível e por um possível movimento das distribuidoras para a recomposição de estoques operacionais, segundo a Unica.

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PROJETO CULTIVAR – Voltado para a inclusão de pessoas com deficiência intelectual e a preservação do meio ambiente, o Programa Cultivar, mantido pela Cocamar Cooperativa Agroindustrial em parceria com a Apae (Associação dos Amigos dos Excepcionais de Maringá), completou 15 anos. Com dois viveiros instalados nas estruturas da Apae em Maringá e Rolândia, no Paraná, a iniciativa consiste da produção de mudas de espécies nativas, por parte dos alunos da entidade, que são doadas a produtores rurais cooperados para recomposição de áreas de preservação permanente.

PREMIAÇÕES – Por seus diferenciais, o Projeto Cultivar já recebeu uma série de reconhecimentos importantes, inclusive em nível nacional. Em 15 anos foram distribuídas mais de 1 milhão de mudas que ajudaram na formação de florestas nos estados do Paraná e São Paulo.

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