Plano Safra 2022/23 será robusto

Plano Safra 2022/23 será robusto, diz ministro Marcos Montes
Ministro destacou que a prioridade é apoiar pequenos e médios produtores, a adoção de práticas sustentáveis na agropecuária e o desenvolvimento da aquicultura e pesca
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcos Montes, destacou nesta quarta-feira (25) que o Governo Federal trabalha para apresentar um Plano Safra 2022/23 robusto, com recursos para apoiar a produção agropecuária do país a partir do segundo semestre deste ano.
“Esse Plano Safra 2022/23 não é só nosso, mas mundial, por isso precisamos de um plano mais robusto para o Brasil poder exercer suas funções mais fortemente ainda. O Brasil já é um grande produtor e terá que produzir mais. Temos a responsabilidade de alimentar o mundo”, disse ao participar de audiência na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados.
O ministro reforçou que a política deverá ofertar melhores condições de crédito à agricultura familiar, pequenos e médios produtores, por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp).
“Para o grande produtor, estamos fazendo instrumentos de financiamento privados importantes, que dá a ele condições de buscar mais alternativas. Já o pequeno e o médio têm o respaldo do nosso governo”, afirmou.
Outro foco do Plano Safra 2022/23, segundo o ministro, é ser “verde e azul”, com crédito para adoção de práticas sustentáveis na produção rural e apoio ao desenvolvimento da cadeira produtiva da aquicultura e pesca no país.
Conforme o ministro, se o plano permanecer com o montante de recursos destinado à safra passada, pode chegar a R$ 330 bilhões em crédito e R$ 22 bilhões a R$ 23 bilhões de recursos do Tesouro Nacional para equalização de juros em 2022/2023.
O Plano Safra 2022/2023 está sendo elaborado em conjunto com o Ministério da Economia, representantes do setor e parlamentares.
Seguro rural
Para o seguro rural, a meta é alcançar orçamento de R$ 2 bilhões em 2023. Com os recursos, o Governo Federal concede um auxílio financeiro ao produtor para a contratação da apólice, tornando-a mais acessível, por meio do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). O seguro minimiza os prejuízos para o produtor em caso de perdas da safra por causa de eventos climáticos (estiagem, geada, chuvas) e a possibilidade de renegociação de dívidas.
Marcos Montes defende que os recursos destinados ao seguro rural sejam considerados obrigatórios. “Como atualmente, é discricionário, ele [orçamento] é sujeito a contingenciamentos. A gente teria que ter um plano de ação para que possa saber com o que contamos e estimular o produtor a entrar no seguro”.
Atualmente, os recursos destinados ao seguro rural dependem de aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA) no Ministério da Economia e no Congresso Nacional.

 

A moagem de cana-de-açúcar na primeira quinzena de maio na região Centro-Sul atingiu 34,37 milhões de toneladas, o que representa uma retração de 17,04% em relação à quantidade registrada em igual período do ano passado, quando 41,43 milhões de toneladas foram moídas. No acumulado da safra, a moagem totalizou 63,67 milhões de toneladas ante 86,77 milhões de toneladas registradas no mesmo mês de 2021 – queda de 26,62%.

Parte da retração observada é consequência do início tardio de operação de parte das unidades neste ciclo agrícola. Até o dia 16 de maio, 232 unidades operaram frente a 236 unidades no mesmo período do ciclo 2021/2022. Para a segunda quinzena de maio, outras 17 unidades devem iniciar a moagem no Centro-Sul.

Informações divulgadas pelo Centro de Tecnologia Canavieira indicam que foram colhidas 71,6 toneladas por hectare em abril de 2022, o que representa uma queda de 1,3% no rendimento agrícola da lavoura na comparação com o mesmo período na safra 2021/2022 (72,5 toneladas por hectare).

A qualidade da matéria-prima colhida na primeira metade de maio, mensurada em kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar processada, apresentou retração de 4,95% na comparação com o mesmo período do último ciclo agrícola, registrando 124,95 kg de ATR por tonelada colhida. No acumulado da safra, a queda é de 5,37% com o indicador marcando 117,26 kg de ATR por tonelada.

Produção de açúcar e etanol

A produção de açúcar nos primeiros 15 dias de maio totalizou 1,67 milhão de toneladas (-30,10%). No acumulado desde o início da safra 2022/2023, a fabricação do adoçante totaliza 2,74 milhões de toneladas, frente às 4,54 milhões de toneladas do ciclo anterior (-39,76%).

“A queda de 1,81 milhões de toneladas de açúcar é decorrência de dois efeitos distintos. O primeiro vem da queda moagem observada nos primeiros 45 dias da safra 2022/2023, que acarretou a retração de cerca de 1,21 milhão de toneladas. O segundo efeito se refere à decisão das próprias usinas de alterarem seu mix de produção em favor do etanol. Com isso, 597,1 milhões de toneladas de açúcar deixaram de ser fabricadas até o momento para que uma maior produção de álcool pudesse ser viabilizada”, explica o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues.

Na primeira metade de maio, 1,66 bilhão de litros (-10,03%) de etanol foram fabricados. Do volume total produzido, o hidratado alcançou 1,06 bilhão de litros (-14,19%), enquanto a produção de etanol anidro totalizou 593,93 milhões de litros (-1,50%). No acumulado do atual ciclo agrícola, a fabricação de álcool atingiu 3,15 bilhões de litros (-18,70%), dos quais 2,31 bilhões consistem em etanol hidratado e 836,84 milhões em anidro (-20,37%).

Do total de biocombustível fabricado, a produção a partir do milho na primeira quinzena de maio registrou 161,44 milhões de litros, contra 110,28 milhões de litros no mesmo período do ciclo 2021/2022 – avanço de 46,39%. No acumulado desde o início da safra, a produção a atingiu 442,43 milhões de litros – avanço de 26,93% na comparação com igual período do ano passado.

Vendas de etanol

Na primeira quinzena de maio deste ano, as unidades produtoras do Centro-Sul comercializaram 990,82 milhões de litros de etanol, o que representa uma retração de 17,27% em relação ao mesmo período da safra 2021/2022.

No mercado interno, o volume de etanol hidratado comercializado foi de 605,58 milhões de litros, com uma queda de 24,31% em relação ciclo anterior. As vendas domésticas de etanol anidro, por sua vez, totalizaram 363,92 milhões de litros na quinzena, invertendo a tendência do mês de abril e registrando uma queda de 4,85% na comparação com 2021. No acumulado da safra, foram comercializados 1,99 bilhão de litros de hidratado domesticamente (-11,95%) e 1,10 bilhão de litros de etanol anidro (+7,78%).

O diretor da Unica explica que “a queda no volume comercializado de etanol anidro é consequência da maior importação para o mês de maio que, conforme alguns line-ups, deve ultrapassar 120 milhões de litros. Quanto ao etanol hidratado, ao que parece, está ocorrendo um ajuste nos estoques operacionais das distribuidoras. Após a contração do mercado no mês de abril, conforme divulgação realizada pela ANP, não houve a necessidade de manter um ritmo aquecido na compra do produto dos produtores”.

Desde o início da safra 2022/2023, as unidades produtoras comercializaram 3,21 bilhões de litros de etanol, o que representa uma queda de 4,32% em relação ao mesmo período da safra anterior. Desse volume, as vendas de etanol hidratado totalizaram 2,03 bilhões de litros (12,67%); já as de anidro, 1,19 bilhão de litros (+14,35%).

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