Podem faltar insumos na safra 2022/23

Diante do cenário, que aponta para mais um ano de atenção, vale a pena o produtor olhar para a relação de troca e se proteger, travando seu custo de produção o quanto antes

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O mar não está pra peixe. Em paralelo às adversidades climáticas que têm ocasionado forte quebra de produtividade das lavouras, o ano de 2022 começa em meio à preocupação dos produtores rurais com problemas bastante conhecidos, relacionados ao fornecimento de insumos agrícolas.

A situação permanece a mesma, sem nenhuma informação mais alentadora: de um lado, persiste a falta de produtos que dependem de matéria-prima importada e, de outro, os preços seguem em alta. Os motivos são os mesmos do ano passado: desajustes na logística internacional causados pela pandemia, e fechamento de fábricas na China, país que também enfrenta apagões de energia elétrica em algumas importantes regiões industriais.

“O cenário é preocupante”, resume o gerente executivo de Insumos da Cocamar, Geraldo Amarildo Ganaza. Segundo ele, os sinais de que os cooperados estão apreensivos com esse quadro de incertezas podem ser percebidos em um movimento antecipado de aquisições na cooperativa, para a safra de verão 2022/23.

A grande maioria deles ainda nem colheu a produção do ciclo 2021/22, mas muitos já procuram fazer as compras para tentar se garantir. “Já realizamos negócios que representam mais de 20% do nosso potencial de fornecimento para a safra 2022/23, e em dezembro esse movimento já era visível”, conta Ganaza.

No ano passado a Cocamar antecipou para o começo de fevereiro a tradicional campanha de verão que promovia, geralmente, no mês de maio. A adesão foi maciça e a cooperativa conseguiu agilizar a entrega de todos os produtos em tempo hábil, cotados a um preço médio mais competitivo na comparação com quem deixou para comprar depois, quando, também, vários itens escassearam nas prateleiras.

Segundo Ganaza, a cooperativa ainda não definiu, por motivos estratégicos, quando lançará a campanha de vendas da safra 2022/23, mas já sabe que quando o fizer, grande volume de negócios já estará concretizado. Por ora, foram realizadas algumas ações comerciais como a troca de insumos por grãos. E, durante o Safratec Digital, de 14 a 20 de fevereiro, haverá também um balcão de negócios, com oportunidades.
Há uma preocupação, ainda, com as sementes de soja, pois a região Sul do Brasil foi bastante castigada pela estiagem. “Hoje, com a nossa UBS (Unidade de Beneficiamento de Sementes) em São Sebastião da Amoreira, município do norte do Paraná, temos um portfólio praticamente completo para atendimento aos cooperados. Os campos estão com desenvolvimento vegetativo normal até agora. Mas, até colocar essa semente dentro do armazém, há um longo período a percorrer que vai depender da normalidade climática”, cita.

“Mesmo assim poderemos ter um desequilíbrio entre oferta e demanda de algumas cultivares devido à quebra de produção em outras regiões”, explica Ganaza, destacando ainda que algumas cultivares são produzidas por companhias multinacionais apenas na região Sul do Brasil.

“Diante deste cenário, que aponta para mais um ano de atenção para os insumos, vale a pena o produtor olhar para a relação de troca e se proteger, travando seu custo de produção o quanto antes”, finaliza o gerente executivo de Insumos.

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