A gamificação foi criada em 2003 pelo programador e game designer britânico, Nick Pelling e utiliza mecânica, dinâmicas, componentes, estética e pensamento baseado em games para engajar pessoas, motivar a ação, promover a aprendizagem para a resolução de problemas.
Ela está completamente ligada à ideia de motivação humana, por exemplo no contexto corporativo ela pode ser representada pela seguinte pergunta: como deixar o ambiente de trabalho mais descontraído e profissional ao mesmo tempo?
De acordo com o designer e mestre em sustentabilidade, Leandro Dias Lourenço, dizer simplesmente que os colaboradores devem se alinhar à missão da empresa é muito vago, mas por outro lado, argumentar que o interesse de cada colaborador é o de tornar a empresa lucrativa, talvez seja otimista demais. “A gamificação é diferente de game (jogos eletrônicos), pois vai de encontro à necessidade de promover motivação, engajamento, conhecimento, desenvolvimento das habilidades sociais, criatividade e autonomia dos colaboradores dentro de uma empresa. Em ambientes gamificados há maior probabilidade de alcançar resultados satisfatórios para todos”, afirma.
E existem duas formas de motivação nessa área: intrínseca e extrínseca. Intrínseca é aquela relacionada ao prazer que a pessoa tem em realizar algo, mesmo que não obtenha nenhuma recompensa. E extrínseca é a vontade de fazer algo pelas recompensas, que pode ser financeira ou não financeira (reconhecimento e autoestima são algumas delas).
Perfis dos jogadores
De acordo com o professor e escritor Richard Bartle, existem quatro tipos de perfis de jogadores da gamificação: matadores, conquistadores, exploradores e socializadores. E o pesquisador Karl Kapp explica que cada um deles possui pensamentos distintos:
– Matadores: “Saia do meu caminho”. É um perfil super competitivo, que se alimenta de vitórias.
– Conquistadores: “Desculpe não posso ajudar você, estou muito ocupado”. Gostam de se destacar dos demais jogadores e são movidos por acumular pontos ou colecionar prêmios ou títulos.
– Exploradores: “Deixe-me mostrar a você como chegar lá”. Gostam de explorar ambientes, verificar lugares escondidos, criar mapas e não gostam de ter limite de tempo para realizar as tarefas.
– Socializadores: “o que você está procurando”. Usam a gamificação como ferramenta de socialização com outros gamers.
A gamificação também pode ser utilizada nas áreas da educação; treinamento e desenvolvimento de pessoas; recrutamento e seleção; resolução de problemas, utilização pelo setor público para engajar os cidadãos nas tomadas de decisão; medicina; entre outras.
Para as empresas
“A motivação dos colaboradores será sentida pelas empresas, como: redução de turnover, maior participação nos treinamentos, diminuição de pedido de afastamento por doenças, melhora na produtividade, geração de novos produtos ou serviços, criatividade, entre outros”, afirma o designer e mestre em sustentabilidade, Leandro Dias Lourenço.
No entanto a gamificação precisa ser realizada por um especialista no assunto, que primeiramente identificará as necessidades a serem analisadas. E a partir do momento que a empresa tiver colaboradores mais motivados e engajados, a qualidade do atendimento ao cliente também irá melhorar.