IMPRESSO
Maringá
  • HomeM
  • Maringá
  • Notícias Região
    • Floresta
    • Itambé
    • Mandaguaçu
    • Mandaguari
    • Marialva
    • Paiçandu
    • Santa Fé
    • Sarandi
    • Umuarama
  • Esportes
    • No Pé Delas
    • Na Área do Esporte
    • Na Raiz Do Esporte
  • Colunas
  • Saúde
  • Obituário
  • Publicações Legais
Maringá
No Result
View All Result

“Aprender é se espantar”, diz Daniel Munduruku na Feira do Livro

Por Redação 2 O Maringá
20 de junho de 2025

“A natureza não dá saltos. Ela segue seu fluxo”. É assim que se inicia o poético livro Estações, de Daniel Munduruku, uma reflexão sobre o tempo.

Na obra, o professor e premiado escritor indígena, autor de 65 livros publicados, nos lembra que olhar para o tempo da natureza ajuda a compreender a própria vida.

“O livro Estações tem exatamente essa pegada de nos pensar como parte da natureza. A gente vive um processo das estações do ano, das estações da natureza e das estações da vida, então ele é uma brincadeira, um jogo de palavras para lembrar que nós somos natureza e que fazemos parte dela e, se a gente não cuidar dela, a gente não está cuidando da gente”, reflete o escritor.


São Paulo - 20/06/2025  “Aprender é se espantar”, diz escritor Daniel Munduruku na Feira do Livro, em SP. Foto reprodução
São Paulo - 20/06/2025  “Aprender é se espantar”, diz escritor Daniel Munduruku na Feira do Livro, em SP. Foto reprodução

São Paulo – 20/06/2025  Livro Estações, de Daniel Munduruku – Foto: Reprodução

Embora o público da obra seja o infanto-juvenil, Estações é um livro indicado para todas as infâncias.

“Na verdade eu não escrevo para crianças, eu escrevo para a infância. E a infância é habitada em todo mundo: todo mundo tem a infância e a carrega a dentro de si”, enfatiza.

“Nós não vamos contar isso para ninguém [brinca Munduruku], mas eu costumo dizer que isso é meio que ‘um cavalo de Troia’, sabe? Porque os livros que as crianças leem, eles normalmente são lidos pelos pais. E em vez de eu escrever apenas para as crianças, eu escrevo para os pais das crianças que, tendo cuidado em conhecer o que as crianças leem, ou os filhos leem, eles também acabam entrando um pouco nessa lógica”, conta.

>> Siga o canal da Agência Brasil no WhatsApp

O cavalo de Troia citado pelo escritor é inspirado na mitologia sobre um suposto grandioso cavalo de madeira, que teria sido construído pelos gregos durante a Guerra de Troia para que eles pudessem se esconder dentro dele e, assim, sem serem vistos, poderem se infiltrar e conquistar a cidade fortificada de Troia.

“Uma vez que as crianças já estão muito abertas, elas estão conectadas com o seu ser natureza e aí fica mais fácil poder dialogar com elas. Mas os pais, como eles já estão viciados em outras leituras, inclusive em outras leituras de mundo, muitas vezes eles não conseguem captar com a mesma facilidade com que as crianças captam. E a ideia justamente de eu escrever para a infância é para atingir a infância que está dentro dos pais, que foi muitas vezes mal educada ou muito mal formada”.

Na tarde desta sexta-feira (20), Daniel Munduruku visitou A Feira do Livro 2025, evento gratuito que vai até domingo (22) na Praça Charles Miller, na frente do Mercado Livre Arena Pacaembu, na capital paulista.

Ele esteve no estande das editoras Moderna/Salamandra para conversar com o público e autografar os livros Estações e Crônicas Indígenas para Rir e Refletir na Escola.

Crônicas Indígenas, por sua vez, é um livro voltado para os jovens.

“Ele vem dentro de uma tentativa de libertar os nossos jovens das ideias equivocadas que a gente cresceu aprendendo e aprendendo de uma forma equivocada. Eu quis colocar nesse livro várias passagens – um pouco cômicas e até preconceituosas – que eu fui passando durante a vida ou que alguns amigos passaram e foram me contando depois. Quis colocar nesse livro exatamente um pouco desse meu espanto, porque eu costumo pensar que aprender é se espantar, sabe? E aí, quando a gente se espanta com aquilo que a gente não sabe, se espanta com a nossa ignorância”.

Daniel Munduruku conversou com a reportagem da Agência Brasil e da Rádio Nacional, veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), sobre a literatura indígena, a que há cerca de 30 anos passou a ser publicada em formato de livros no Brasil, mas que já existe há anos por meio da oralidade.

“A literatura indígena no formato escrito, no formato de livro, é relativamente recente. A gente não pode dar mais do que 30 ou 35 anos para essa literatura enquanto parte do mercado editorial. Isso é recente. E uma coisa que eu sempre gosto de frisar para as pessoas é que nós só fomos reconhecidos pelo Brasil como brasileiros em 1988 [com a Constituição Brasileira], ou seja, 37 anos atrás. E há pelo menos 37 anos a gente está tentando conquistar o público brasileiro através de uma linguagem que não é nossa, um formato que não é nosso”.

Apesar de recente, ressalta o escritor, atualmente são contabilizados 120 autores indígenas no país e mais de 300 títulos escritos por indígenas. Ele mesmo foi um dos primeiros escritores indígenas a ser publicado no Brasil, com Histórias de Índio, em 1996.

“Essa é uma conquista fabulosa, um avanço fabuloso que tem muito a ver também com o movimento que a sociedade brasileira foi fazendo, e que o Estado brasileiro foi fazendo no reconhecimento da existência dessa literatura. E isso tem a ver muito com a educação. Porque a educação muda e ela obriga que as escolas mudem e que, portanto, corram atrás de novos conteúdos”, relata.

“Essa é uma literatura que tem muito que dizer ainda porque fala de um Brasil profundo e fala de uma ancestralidade que o Brasil foi perdendo ao longo do tempo”, ressalta.

“Viciado” na arte de escrever, como ele mesmo se descreve, o escritor deve lançar um novo livro. “Eu tô viciado. E quando a gente vicia, a gente começa a pensar e qualquer coisa vira possibilidade de ser livro”, conta. “Eu tenho agora um projeto para um livro adulto – categoria meio estranha de falar porque eu já falei que meus livros são todos para adultos – mas eu vou lançar um livro, talvez este ano ainda, que vai se chamar Fantasmas. Este livro é quase um monólogo, mas é um livro que acho que surpreender um pouco pelo estilo um pouco diferente”.

Crédito arquivo Nacional EBC

Leia Mais em: O Maringá

Tags: AprenderDanieldizespantarFeiralivroMunduruku

IMPRESSO

Outros Posts

É grave o estado do cantor Lô borges, internado em Belo Horizonte
Geral

É grave o estado do cantor Lô Borges, que passou por traqueostomia e respira por aparelhos

28 de outubro de 2025
Carreta Saúde da Mulher passou uma semana em Colorado e atendeu também moradoras de cidades vizinhas
Saúde

Carreta Saúde da Mulher faz mais de 1,6 mil atendimentos em Colorado

27 de outubro de 2025
Acerola prodzida na região de Pérola busca o selo de Indicação Geográfica junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI)
Região

Acerola de Pérola reivindica selo de Indicação Geográfica

27 de outubro de 2025
Morre a professora Doris Baccarin
Obituário

Morre aos 86 anos a professora Doris Baccarin, mulher do professor Basílio Baccarin

27 de outubro de 2025
Foto: Reprodução
Cultura

Cine UEM exibe curtas de animação nesta terça (28)

27 de outubro de 2025
O autor / Crédito: Arquivo Pessoal
Maringá

A Cidade Sob a Neblina é conto de estreia na literatura de Jessé Vidigal

27 de outubro de 2025
  • Impresso
  • Fale Conosco
  • Política de Privacidade
  • Publicações Legais
  • Quem Somos

Editora Dia a Dia – O Maringá

CNPJ: 31.722.654/0001-52
ENDEREÇO: Estácio de Sá, 1251,
Zona 2 CEP: 87005-120
(44) 3305-5461

© 2025 O Maringá - O Jornal a serviço de Maringá e região.

No Result
View All Result
  • Home
  • Maringá
  • Região em Destaque
    • Floresta
    • Itambé
    • Mandaguaçu
    • Mandaguari
    • Marialva
    • Paiçandu
    • Santa Fé
    • Sarandi
    • Umuarama
  • Policial
  • Economia
  • Esportes
    • Na Área do Esporte
    • Na Raiz do Esporte
  • Geral
  • Colunas
  • Saúde
  • Obituário
  • Jornal Impresso
  • Outros
    • Publicações Legais
    • Fale Conosco
    • Quem Somos

© 2024 O Maringá - Todos Os Direitos Reservados.

Esse website utiliza cookies. Ao continuar a utilizar este website está a dar consentimento à utilização de cookies. Visite nossa Política de Privacidade e Cookies.