‘COP 30 precisa ter o rosto de quem enfrenta mudanças climáticas’, diz ministro

“Que cada decisão, cada compromisso e cada plano de ação tenha o rosto humano das comunidades que já enfrentam os impactos das mudanças climáticas”. O convite foi feito pelo ministro Márcio Macêdo, nesta terça-feira, 14, aos negociadores do mundo todo presentes em Brasília, no encerramento da Pré-COP, evento preparatório para a Conferência do Clima. O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República é o responsável por organizar a participação da sociedade brasileira na COP 30, em novembro, na capital paraense.

O ministro ainda reafirmou o compromisso do governo brasileiro em ter uma COP inclusiva, transparente e transformadora, baseada em amplo diálogo e cooperação. “Não há transição justa sem diálogo. Queremos que a COP 30 sirva de exemplo para as gerações presentes e futuras: é possível combinar ação climática com justiça social, ciência com sabedoria popular, e diplomacia com participação”, garantiu Macêdo.

Negociadores de 67 países participaram das negociações no evento preparatório da COP e o resultado foi a construção de pré consensos sobre temas que serão tratados na Cúpula. “O que houve aqui, e que foi extremamente útil fazer essa Pré-COP, é que nós já temos isso agora muito melhor mapeado, porque eles [países] foram muito claros nos limites do que eles podem ou não podem aceitar no processo negociador”, disse o presidente da COP 30, embaixador André Correia do Lago.

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A ministra Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, também participou da cerimônia de encerramento e lembrou que COPs anteriores já recomendaram pensar globalmente e agir localmente e que, na atualidade, esta questão se tornou ainda mais imperiosa.

“Os extremos climáticos já exigem que governos e todos nós tenhamos que agir local e globalmente, tanto em recursos, quanto em tecnologia e solidariedade, porque a mudança do clima não tem fronteiras. Os fenômenos extremos, como chuvas torrenciais, por exemplo, não fazem nenhuma diferença em relação às fronteiras do Brasil com o Peru, do Brasil com a Bolívia, e com os incêndios, a mesma coisa”, afirmou.

A Pré-COP ocorreu durante dois dias, em Brasília, e não costurou acordos formais ou anúncios de novas metas, mas facilitou a construção de entendimentos prévios para as longas negociações que seguirão na COP 30, que acpntecerá no Pará, a partir de 10 de novembro.