No cenário musical da Cidade Canção, um dos fatos marcantes de 2024 foi a realização do 1º Festival de Bandas Autorais de Maringá por parte da Associação Cultural Rock do Paraná (ACRP), que é presidida por Ronaldo Marques, tendo Daniel Gobi como seu vice.
À época, o evento mobilizou 19 bandas/artistas no Teatro Reviver Magó, que puderam apresentar sua canção autoral, em maio do ano passado, a público e júri.
Inspirado nos antigos festivais do ABC Paulista e da TV, Marques recorda que lançou a ideia no grupo de WhatsApp da Associação para fazer um evento desse porte. “Todo mundo topou o festival”, conta, destacando que a diretoria da ACRP sempre deu apoio. “É bem punk, sem frescura”, diz, em entrevista à reportagem.
“Todo mundo contribuiu um pouco com ideias até o formato que se deu”, explica o presidente, acrescentando que o sucesso foi tão grande do Festival maringaense que se tornou uma referência nacional.
Segundo o vice-presidente da Associação, Daniel Gobi, o evento é resultado de outras iniciativas feitas anteriormente, caso de uma delas na praça Raposo Tavares, quando a ACRP estava no início de suas atividades e foi formalizada. “Dali para frente, o Ronaldo sempre encabeçando, correndo atrás das situações, conversando com o poder público, com os interessados. Surgiu a oportunidade de fazer o Festival de Bandas Autorais, conseguimos o teatro e rolou”, recorda Gobi.
Entre os parceiros do evento, destaque para a Prefeitura de Maringá, que cedeu o espaço. Mas Marques constata que, apesar de ser a “Cidade Canção”, Maringá não tem tanta movimentação musical e ainda falta apoio. Por exemplo, três dias antes do Festival não havia troféu, que só foi viabilizado por meio da contribuição dos envolvidos. A Associação não tem verba e conta com amigos e empresas parceiras, como a Farmácia Simília. Outro parceiro foi o Lobão, com a sonorização.
Inclusive, os músicos participantes deram uma força para ocorrer o Festival, citando, por exemplo, a banda Motores Ácidos e a cantora Patrícia Shaki. “Todo o mundo contribuiu. Fez acontecer o Festival”, relembra Marques. “Reunimos bastante gente”, diz Gobi. “E mostramos os talentos, a gente tem grandes compositores em Maringá”, complementa o presidente.
Outra parceria, conforme Marques e Gobi, foi este jornal O Maringá, que divulgou o evento e depois fez uma série de entrevistas com os músicos participantes. “Se não fosse vocês [do jornal], não teria essa notoriedade”, destaca o presidente.
Vitrine
Nos últimos meses de 2024, O Maringá realizou, junto da ACRP, uma série de entrevistas com as bandas e artistas que ainda estavam em atividade.
Todos esses artistas haviam participado do Festival: Motores Ácidos, Lado Beco, Virginia, Banzzai, Almir Zago, Luiz Renato Vicente, Torta Brasileira, Patrícia Shaki, Naipe de Copas, Sansão Blues Rocker, Gnão, Outras Faces, Vini Roque e Maverick.
As conversas foram gravadas em vídeo, com versão em texto publicada no site do jornal (www.omaringa.com.br) e na edição impressa. Para assistir, acesse o YouTube: @omaringa3925
Quase todos os entrevistados destacaram que o Festival foi uma vitrine para mostrar seu trabalho autoral, incluindo projetos de Apucarana e Londrina.
A ideia é fazer a cada ano uma edição melhor e maior do Festival. Em 2024, foram 19 participantes. “Não é uma competição, não foi uma concorrência contra a banda”, esclarece o presidente da ACRP, acrescentando que houve classificação das bandas, mas de maneira simbólica. “Todas ganharam”, informando que hoje já existem mais de 80 bandas.
Sul-Americano
Rompendo fronteiras espaciais e culturais, os planos da ACRP são de fazer o 1º Festival de Bandas Sul-Americanas, em parceria com a Associação do Rock de São Paulo. A ideia é ampliar para artistas da Argentina, Chile, Paraguai etc., em evento de três dias, reunindo público de 60 mil pessoas em Maringá.
“O rock ganha. Não só rock, a cultura em geral de Maringá ganha e a cidade fica mais extremamente conhecida, tipicamente a Cidade Canção”, diz Marques.
Outro projeto é fazer uma ação beneficente envolvendo os músicos do Festival de 2024 e mais artistas variados (literatura, artes plásticas, cinema, teatro etc.) para um evento de dois dias na Tribo’s, um tradicional espaço maringaense do underground. A previsão é de realização em fevereiro de 2025. “É a cara da Associação fazer uma loucura”, brinca seu presidente.
Concha acústica
Segundo Ronaldo Marques, existe uma verba para construir a primeira concha acústica de Maringá. É um recurso que vem junto da reforma do Parque Alfredo Werner Nyffeller, o famoso Buracão, para 2025.
Ele destaca que a concha será um espaço para apresentações de todos os gêneros musicais. “Não é só para o rock. É a pessoa do samba, do hip hop. Para a cultura e arte em geral”.