7ª edição do Festival Obá Xirê será nos dias 6, 7 e 8 de dezembro em Maringá

O Maringá

Mestra Joana (Crédito: Raquel Catão)

O Festival Obá Xirê chega à sua 7ª edição com programação nos dias 6, 7 e 8 de dezembro, em Maringá. Com o tema “Macumbarias & Fé”, o evento, promovido por meio do Prêmio Aniceto Matti, promoverá oficinas de maracatu, apresentações musicais e poéticas e roda de conversa, sempre com classificação livre e entrada gratuita.

As atividades serão realizadas na nova sede da Casa Luanda, associação afro-cultural localizada na Av. Gastão Vidigal, 55. O objetivo do festival é celebrar os encontros, Obá (orixá e princípio filosófico rememorado neste projeto) e a nossa comunidade, tendo o tambor como instrumento central.

“Obá é um orixá de enfrentamento, de coragem, de regeneração, nos inspira à luta por dignidade e respeito. A importância de afirmar politicamente nossos orixás, entidades, modos de culto e festas reside no fato de que o que é de origem negra foi historicamente perseguido e criminalizado no Brasil Ainda sentimos os efeitos disso na nossa pele. Nossas culturas religiosas, muitas vezes vistas como inferiores, supersticiosas ou associadas ao mal, precisam ser respeitadas. Por isso o tema “Macumbarias & Fé””, explica a coordenadora geral do projeto, Laís Fialho. Para ela, o tema escolhido expressa o objetivo de criar um espaço para manifestar a ancestralidade afro-indígena, entrelaçando religião e arte à maneira dos antepassados e de como se percebem os rituais e as mitologias africanas. “O tambor é o nosso modo de enunciar a resistência, dizendo não ao aniquilamento, e sim à dignidade, à luta coletiva e ao bem viver”, diz.

O projeto destaca as diversas expressões dos tambores e busca valorizar as sonoridades negras. Seus principais pilares são o protagonismo feminino, negro, afrorreligioso e LGBTQIAP+, além da confluência de culturas afro-ameríndias em Maringá, como o Maracatu de Baque Virado, a Capoeira Angola e o Bumba meu boi. Esta edição, em particular, enfatiza o encontro entre os tambores tradicionais da diáspora negra e as inovações filosóficas e estéticas dos movimentos artísticos contemporâneos que denunciam o racismo e a misoginia.

A programação começa com uma roda de conversa com Mestre Valdeir, Mestra Joana, Ogan Dayvison, Contramestra Maré e Laís de Oyá, debatendo temas como liberdade religiosa, tradições de terreiro, culturas afropopulares e lutas coletivas. Em sequência, tem roda de samba com o grupo Pé de Laranjeira. O sábado concentra as oficinas de maracatu, ministradas por Mestra Joana e Dayvison Guian, da Nação do Maracatu Encanto do Pina, de Recife/PE. No domingo, o festejo de encerramento inclui a participação das turmas das oficinas de Maracatu, apresentações com os grupos Angola Dinda, Anjos da Guarda, Baque Mulher (com regência de Mestra Joana) e Firma o Ponto (Sorocaba / SP), além de performance da artista Roriê Gimenes, dança com Luana Almeida e a oportunidade de se deliciar com o Acarajé feito por Jamile de Xangô, o bar da Casa Luanda, drinks da Dinda e a feira de expositores. O evento conta também com o Xirezinho, um espaço destinado às crianças, com brinquedos e brincadeiras.

Baque Mulher (Crédito: Marcelo Baraldi)

Histórico
O Festival Obá Xirê enaltece as manifestações afro-populares praticadas em nossa região e promove um importante debate sobre a diversidade cultural. O termo que o nomeia faz referência à saudação de Obá, orixá cultuado no Baque Mulher, maracatu idealizado por Mestra Joana em Recife (PE), que tem uma filial em Maringá desde 2016.

A primeira edição do festival ocorreu em 2018 e, desde então, o evento se tornou anual, celebrando, formando e dando visibilidade às propostas do Baque Mulher e da Casa Luanda para a cultura local. Ao longo de suas edições, o festival já promoveu belos shows com atrações de peso nacional, como Juçara Marçal & Kiko Dinucci e Glória Bomfim.

O Obá Xirê foi premiado em primeiro lugar quatro vezes consecutivas no maior prêmio de cultura do município, na categoria Cultura Popular, o Prêmio Aniceto Matti. Além disso, foi contemplado como o projeto com maior recurso de Maringá e região no Edital Paraná Festivais – LPG, da Secretaria de Estado da Cultura, recebendo o “Selo Paraná Festivais”. Esse edital garantiu a realização da oitava edição, prevista para ocorrer em 2025.

Crédito: Reprodução

Serviço
7º Festival Obá Xirê: Macumbarias & Fé
Dias 6, 7 e 8 de dezembro de 2024
Local: Casa Luanda Associação afro-cultural (Av. Gastão Vidigal, 55)
Entrada gratuita

Programação
Dia 6/12 – sexta-feira
19h30 – Roda de conversa com Mestre Valdeir, Mestra Joana, Ogan Dayvison, Contramestra Maré e Laís de Oyá

20h30 – Roda de samba com Grupo Pé de Laranjeira

Acessível em Libras

Dia 7/12 – sábado
9h – Oficinas de Maracatu com Mestra Joana e Dayvison Guian

12h – Ajeum (Feijoada)

14h – Oficinas de Maracatu com Mestra Joana e Dayvison Guian

Dia 8/12 – domingo
15h – Festejo com: Tocada de encerramento das oficinas de Maracatu, Capoeira com Grupo Angola Dinda, Bumba meu boi com Grupo Anjos da Guarda, Performance “Encruza” com Roriê Gimenes, Apresentação do Baque Mulher com regência de Mestra Joana, Dança de Obá com Luana Almeida e Samba de terreiro com Grupo Firma o Ponto (Sorocaba / SP)

Acessível em Libras

Crédito: Divulgação

Mais informações na página no Instagram: @festival.obaxire

Produzido com verba de Incentivo à Cultura
Lei Municipal de Maringá n.º 11200/2020
Prêmio Aniceto Matti

Com informações de assessoria

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