A 10ª edição da Festa Literária Internacional de Maringá (Flim) viveu seu primeiro dia de atividades nesta quarta-feira, 4 de outubro, com bate-papo, lançamentos, oficinas, visita de escolas etc.
Isso mesmo sob um temporal que se abateu na região, provocando infiltração no pavilhão montado no estacionamento do Estádio Regional Willie Davids.
No início da noite, ocorreu a abertura oficial do evento, com o lançamento da Flim 2023. Uma das presenças foi da secretária estadual de Cultura, Luciana Casagrande Pereira. “Olha, para mim é um prazer enorme estar aqui, em Maringá. Acabei de chegar, mas estou emocionada de ver a população participando, uma feira tão potente”, disse, em entrevista a este O Maringá.
Ela contou ainda que era um desejo antigo participar da Flim. Em 2018, Pereira queria ter estado nessa Festa, pois é um evento icônico de literatura. Mas, naquela época, circunstâncias a impediram de vir até a Cidade Canção.
Aliás, em 2023, por duas vezes a secretária não conseguiu se deslocar até Maringá, em agenda política na cidade. Enfim, agora conseguiu chegar, superando até mesmo o temporal da tarde desta quarta-feira. “Estou aqui hoje [quarta], realizando um sonho antigo”.
A titular observa que é também importante um evento fora da Capital. “Acho que todos os eventos que podem acontecer de uma forma tão potente, é importante a gente participar”.
Nesse sentido, o prefeito de Maringá Ulisses Maia diz que existe um diálogo permanente com o governo do Estado. Inclusive, a Prefeitura apoiou a criação da Secretaria de Estado da Cultura na gestão do governador Carlos Massa Ratinho Junior.
Bem imaterial
Na avaliação de Maia, a edição 2023 da Flim é a maior já realizada em sua história. “Esse é o nosso objetivo: chegar nesse momento, realizar uma referência para a cultura do Brasil. E nós teremos mais de 100 atividades, dentre música, cultura, música, lançamento de livro, contação de histórias, teatro…”, contando ao Maringá que foram distribuídos R$ 100 mil em vales-livros, atendendo 12,5 mil crianças, como estímulo a quem não tem oportunidade de comprar um livro.
Não à toa, ele diz que é o momento de celebrar a cultura maringaense. “E isso tudo porque a gente acredita, investe e coloca recurso”.
Durante o discurso de abertura da Festa, o prefeito ressaltou que é importante institucionalizar as ações, para que não fiquem limitadas a um determinado governo. “E hoje aqui, o reconhecimento da importância histórica, e para que seja perpetuada a Flim, nós vamos encaminhar para tombamento como bem imaterial de Maringá a Flim”.
O documento foi assinado pelas autoridades presentes, incluindo a secretária Luciana Casagrande Pereira.
Segundo informações da Comunicação da Prefeitura, o pedido de registro imaterial foi solicitado pelo Executivo e encaminhado para a Comissão Especial de Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural de Maringá (CEPPHAC), da Secretaria de Cultura, responsável por esse processo. A previsão é que o processo de tombamento do evento dure cerca de seis meses.
Exemplo
Em seu discurso na abertura, o secretário de Cultura Victor Simião tocou no poder transformador da literatura, dando seu exemplo de vida. Quando era aluno da rede pública, foi “castigado” tendo de ficar retido na biblioteca da escola, pois era bagunceiro e quase foi expulso. Mas se tornou a melhor experiência, pois descobriu a leitura. “A partir daí, a minha vida foi transformada pelos livros”, traçando paralelo com a Flim, que pode transformar a vida de todos.
Nessa mesma toada, o vice-prefeito e secretário Edson Scabora enalteceu o cultivo da leitura. “Eu sei o quanto bem os livros fazem para a nossa vida, o nosso futuro”.
Já a presidente da Academia de Letras de Maringá (ALM), Eliana Palma, parafraseou uma frase famosa de Monteiro Lobato: um país é feito de pessoas e livros. “Porque as pessoas mudam a vida, o mundo”.
E, representando a Câmara Municipal, o vereador Mário Verri frisou que, na gestão Ulisses Maia, a Flim ganhou outra dimensão. Graças também à existência da Secretaria de Cultura (Semuc). “Uma grande festa literária”.
A vereadora Ana Lúcia Rodrigues (PDT) marcou presença no cerimonial.
Leitor
Envolvido em leituras, o prefeito de Maringá confidenciou que, neste momento, dedica-se à leitura de um livro da escritora chilena Isabel Allende.