Garuvas é o projeto musical de Paulo Medeiros, curitibano de 24 anos que debuta com o EP “Confusão” no próximo domingo, 19. Totalmente composto, produzido e mixado em casa por Paulo, o EP divaga sobre amizade, paixões e despedidas.
Um ar nostálgico permeia as 5 faixas do trabalho, que Paulo gravou em seu quarto em dias de chuva e introspecção. Mesclando indie rock e shoegaze com um constante lo-fi técnico e conceitual, “Confusão” fala sobre as incertezas que permeiam a transição da juventude para a vida adulta.
Reunindo filmagens analógicas feitas por amigos durante encontros e viagens, Paulo montou os 3 videoclipes que já foram lançados: Tampando o sol errado ganhou um vídeo editado por Ana Sol e mostra uma ida à praia entre amigos. Quando eu digo traz takes de Leonardo Stadler, em uma interação com a cidade que lembra as experimentações sonoras e visuais da Geração Perdida de Minas Gerais. Meu não volta é a pérola do EP, e ganhou um videoclipe mais sensível. Com filmagens de Vitoria Trigo e edição de Stadler, o registro exibe toda a nostalgia e doçura do EP em imagens que se costuram como um relato de juventude, no elo entre amigos e paixões. É nessa faixa que Paulo se mostra mais confesso, cantando: “Meu eu não volta / Por que é muito longe / E eu não tenho dinheiro / Pra te visitar”, sobre as impossibilidades de matar a saudade de uma pessoa que foi morar do outro lado do oceano. No geral, as imagens amadoras dos videoclipes mostram a falta de perspectiva de viagens sem destino, mas também o reencontro de si em um espelho na rua ou nas janelas do metrô, em cidades cruas que só se concretizam no encontro de pessoas, que inevitavelmente irão se separar.
O resultado conceitual da Garuvas tem forte relação com um novo hobbie de Paulo: viajar de Kombi. Desde fevereiro ele vem reformando e viajando com uma Kombi, a transformando em um motorhome e fazendo estes trajetos sozinho ou com amigos.
“Um livro que acho que pode fazer sentido com as músicas mais indies é “On the road”. Basicamente todos os roles que eu tenho dado são bem inspirados nele. As roadtrips com minha kombi, a galera maluca que eu tenho conhecido e uns acampamentos bem loucos com meus amigos em Ponta Grossa ou Ilha do mel”, conta Paulo.
Noite Azul e Confusão encerram o EP, mostrando que apesar de nostalgias, Garuvas também é sobre encontrar otimismo, aceitando as desilusões e desencontros da estrada, pois no fim o eu-lírico sempre encontra novas pessoas para iluminar seus caminhos.
Fonte: NO CORRE, ASSESSORIA MUSICAL