Conversas, exposições, sessões de autógrafos, rodada de negócios e mais: Bienal de Quadrinhos de Curitiba a partir desta quinta (7)

O Maringá

Crédito: Flavio Rocha

A Bienal de Quadrinhos de Curitiba começa nesta quinta-feira, feriado de Sete de Setembro, no MuMA – Museu Municipal de Arte, no Portão Cultural. Nesta edição, o tema é “Resistências, Existências: Quadrinhos e Corpos Plurais”, que será apresentado sob diversas formas em quatro dias intensos de atividades – de Feira de HQs a rodada de negócios – veja programação completa aqui.

As sessões de autógrafos com os mais de 60 artistas convidados (entre eles Chantal Montellier, Lilian Mitsunaga e María Luque) ocorrem em todos os dias do evento, no térreo e no 1º andar do MuMA. A Feira Muvuca, neste ano, traz mais de 180 artistas participantes, e é sempre um espaço de encontros, trocas e vendas, que simbolizam a diversidade da produção de quadrinhos no Brasil.

O Palco Ocupa, espaço já consagrado da Bienal de Quadrinhos, será o lugar de conversas, performances, demonstração de trabalhos e muito mais. O estande da Gibiteca, com 16 participantes, dá atenção especial a quadrinistas curitibanos, com lançamentos e sessões de autógrafos.

Nove exposições de artistas nacionais e internacionais tomam as paredes do MuMA, e uma visita guiada durante a Bienal destaca os temas das obras e seus artistas participantes. Entre elas estão “Resistências”, na Sala Célia Neves Lazzarotto; “Maria Erótica: outros erotismos”, na Sala Domício Pedroso; e “Lilian Mitsunaga – 4 décadas nos quadrinhos”, sobre a vida e a obra da artista homenageada da edição, a letrista Lilian Mitsunaga.

E uma novidade marca a 7ª edição da Bienal de Quadrinhos de Curitiba: a Rodada de Negócios, que promove o encontro entre editores e artistas para avaliação de portfólio e apresentação de projetos.

A Mão do Pintor – María Luque

Destaques
Neste ano, a Bienal de Quadrinhos homenageia um nome importante da produção gráfica brasileira: a letrista Lilian Mitsunaga, que há mais de 40 anos dá forma a letras que marcaram época em edições nacionais da Disney, Marvel/DC e de obras de Robert Crumb. Mitsunaga fala ao público no dia 9, às 18h, em conversa mediada por Liber Paz.

No dia 8, às 14h, Ilustralu, Lark, Monge Han e Yoshi Itice, com mediação de Mariana Viana (e tradução em Libras), discutem o tema “Da Internet pro Papel: Formas Público das Redes Sociais para o Impresso”.

Também é imperdível a conversa “A História em Quadrinhos: Mukanda Tiodora por Marcelo D’Salete”, com o quadrinista e ilustrador Marcelo D’Salete, autor de “Noite Luz”, “Encruzilhada”, “Cumbe”, “Angola Janga” e “Mukanda Tiodora”. Suas narrativas abordam a realidade brasileira no presente e no passado, com atenção à presença negra e periférica. As obras já ganharam o prêmio Jabuti, Grampo, HQMIX e Eisner. O encontro será no dia 9, às 19h30, com mediação de Carol Dartora e Ramon Vitral.

Outro bate-papo interessante será no dia 7, às 17h30, com a convidada internacional Chantal Montellier – com mediação de Aline Zouvi e Emanuela Siqueira. Chantal é uma das principais artistas da nona arte francesa. Em setembro, a editora Veneta lança no Brasil “Bruxas, minhas irmãs”, um dos trabalhos mais ousados da autora europeia.

Crédito: Flavio Rocha

Lançamentos
Além de bate-papo e exposições, a Bienal de Quadrinhos também abre espaço para lançamentos de quadrinhos. Um deles é “O Filho do Norte”, do quadrinista e historiador André Toral, dia 8, às 15h30. Outro lançamento é “Uma moeda ou um beijo: a história de Gilda”, dos autores André Caliman (arte) e Leonardo Melo (roteiro); mediação de Guilherme Jaccon, no dia 7, às 13h30. É uma HQ curitibana que mistura fato e ficção para contar a história de uma figura famosa da Capital nos anos de 1970 e 1980.

Também vale atenção o lançamento de “Boy Dodói”, HQ que parte de histórias reais e convida à reflexão sobre comportamento machistas, sobretudo em relações afetivas. A obra foi criada em conjunto por Ale Kalko, Bebel Abreu, Carol Ito, Cecília Marins, Helô D’Ângelo, Kael Vitorelo, Marília Marz e TAI, e todas e todos participam do papo às 17h30 do dia 7 de setembro.

Presenças confirmadas
Entre as artistas e os artistas confirmados estão a francesa Chantal Montellier; o jornalista sueco Fredrik Strömberg, presidente da Associação Sueca de Quadrinhos; a quadrinista argentina María Luque, autora de “A Mão do Pintor”, HQ publicada no Brasil pela editora Lote 42; a ilustradora e cartunista sueca Joanna Rubin Dranger; e o quadrinista, jornalista e jazzista de Kosovo Gani Jakupi.

Outros dos presentes são Walkir Fernandes, fundador do Dogzilla Studio e codiretor de arte na série “O Menino Maluquinho” (Netflix); Rafaela Corsi (Karmaleão), quadrinista e ilustradora que trabalha com religiões de matriz africana e direitos humanos; Fulvio Pacheco, autista militante e coordenador da Gibiteca de Curitiba; TAI, artista visual e professora de Belém (PA), que cria com inspiração nas mulheres amazônidas; Ramon Vitral, jurado do Prêmio Jabuti 2022 e autor de reportagens em quadrinhos; Carol Ito, vencedora do prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos de 2022 na categoria “Literatura e Artes Plásticas; Marcelo D’Salete, autor de “Angola Janga” (2018), HQ vencedora do Prêmio Jabuti; Marília Marz, chargista do jornal Folha de S. Paulo; Vitorelo, autora do “Kit Gay”, sátira ilustrada com temas do universo LGBTQIA+; Sirlene Barbosa, vencedora do prêmio ecumênico do Festival de Angoulême pela obra “Carolina”, sobre a escritora Carolina Maria de Jesus; Gabriela Borges, fundadora do Mina de HQ, mídia independente e feminista sobre histórias em quadrinhos; e Rafa Campos, vencedor do prêmio “Europa Newspaper Award”, pelo seu trabalho no jornal Folha de S. Paulo.

Crédito: Flavio Rocha

Curadoria feminina
Parte importante da Bienal de Quadrinhos é a sua curadoria. A cada edição temática, um grupo de especialistas em quadrinhos (de diversas áreas) se reúne para pensar no perfil dos convidados e convidadas, nas ações e motes para debates e palestras. A edição de 2023 tem uma curadoria 100% feminina. Mitie Taketani, proprietária da Itiban Comic Shop; Maria Clara Carneiro, pesquisadora, tradutora de quadrinhos e professora do departamento de Letras Estrangeiras Modernas da UFSM; e Dandara Palankof, tradutora, editora no estúdio de produção editorial de super-heróis da Mythos Editora e coeditora da Revista Plaf, especializada em quadrinhos.

Serviço
Bienal de Quadrinhos de Curitiba
De 7 a 10 de setembro
MuMA – Museu Municipal de Arte – Portão Cultural – Av. República Argentina, 3430
Das 11h às 20h
Entrada gratuita

bienaldequadrinhos.com.br
@bienaldequadrinhos

Com informações de assessoria

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