Convidada da 42ª Semana Literária do Sesc em Maringá, poeta do Jabuti vai do slam à poesia grega

Luiza Romão vencedora do Prêmio Jabuti 2022 (Crédito: Paulo Pinto/Agência Brasil)

Até janeiro de 2024, a previsão é que a poeta e slammer Luiza Romão tenha passado pela França, Argentina, México e Alemanha para divulgar “Também Guardamos Pedras Aqui”, seu livro que venceu o último Prêmio Jabuti, nas categorias de Poesia e Livro do Ano. A obra já tem prontas traduções para o francês e espanhol.

No meio do caminho, Luiza será uma das principais atrações da 42ª Semana Literária do Sesc, com parada na nova unidade do Sesc Maringá (Av. Duque de Caxias, 1.517 – Zona 7); entrada gratuita.

Na próxima sexta-feira, 6 de outubro, às 19h30, a poeta participará da mesa “Histórias Incontadas”, com Jarid Arraes e mediação de Bruno Barra da Silva.

Até chegar ao reconhecimento com o prêmio mais tradicional do mercado livreiro, foi na praça ao lado da Estação Guilhermina do Metrô, na zona norte paulistana, que Luiza começou a declamar versos em público. Ali, acontece desde 2012, toda última sexta-feira do mês, a batalha de rimas conhecida como Slam da Guilhermina.

Formada em artes cênicas, Luiza se aproximou da poesia atraída pelo modelo performático do slam, que começou a frequentar em 2013. As batalhas de rimas foram criadas por Marc Smith, nos Estados Unidos, na década de 1980. As competições, que atualmente acontecem em diversas partes do mundo, começaram, segundo a autora, como uma forma de tornar a leitura de poesia mais atraente nos saraus. “Em geral, em noites de cabaré, quando músico ia se apresentar, todo mundo prestava atenção. Quando ia uma pessoa do stand up, todo mundo prestava atenção. Na hora que o poeta ia declamar, era o momento que geral ia no banheiro, comprar cerveja, acender cigarro”, conta, via Ag. Brasil.

A performance da poesia falada, que compõe a cena cultural das periferias paulistanas, acabou atraindo Luiza, que tinha vindo em 2010 para a cidade, para estudar na Universidade de São Paulo. “Não estava no meu horizonte de vida virar poeta. Foi através do encontro com as batalhas de slam, com os microfones abertos, com o movimento saraus, que eu comecei a escrever”, lembra.

Uma estética que se relaciona com as temáticas que atravessam a juventude, especialmente a que vive fora dos bairros mais privilegiados. “Uma poesia muito engajada. Uma poesia que pensa o seu tempo histórico, que é fundamentada na dimensão coletiva da palavra. Toda essa partilha da performance”, enumera sobre as razões que a aproximaram dos versos e das rimas.

Atualmente com 31 anos, Luiza tem quatro livros publicados. O “Também Guardamos Pedras Aqui” é diretamente inspirado no épico grego “Ilíada”, de autoria atribuída a Homero, que retrata a conquista de Troia.

***Com Ag. Brasil

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