A atriz, autora e diretora paranaense Denise Stoklos apresentou a leitura dramática da peça “Um fax para Colombo” agora pouco, na noite desta quarta-feira, 5 fevereiro, no teatro do Sesc Maringá.
Em seu texto, a atriz – que o escreveu em 1992, durante as comemorações dos 500 anos da chegada de Cristóvão Colombo às Américas – faz um retrospecto do genocídio de povos originários, do saque às riquezas naturais, da escravidão e da ditadura, e da “herança perversa como vigarice, nepotismo e corrupção que ainda estão instalados aqui”.
Ao longo da leitura, Stoklos fez ligações com momentos recentes da história, por meio de comentários e observações certeiras, diante de um teatro lotado pelo público maringaense. Os ingressos gratuitos se esgotaram na tarde desta quarta.
Aliás, a plateia ficou atenta aos gestos e entonação da atriz. Com direito a risos com as falas irônicas e críticas da artista da noite.
Além de Maringá, a dramaturga já se apresentou em Medianeira, Ponta Grossa e Curitiba. Na sexta-feira, 7, no Sesc Bela Vista do Paraíso e, no sábado, 8, e domingo, 9, no Sesc Londrina Cadeião.
“Estou tendo esta oportunidade raríssima que o Sesc me deu de percorrer as cidades do meu estado e isso é fundamental. É um prêmio estar com meus concidadãos, gente que tem a mesma origem e sotaque que o meu. O público está muito aberto e senti um profundo interesse, um despertar ao pensar e refletir, inclusive sobre o atual momento que vivemos”, disse, via site do Sesc PR.
Trajetória
Denise Stoklos se consolidou como parte da história do teatro brasileiro sendo reverenciada como uma das artistas mais influentes em nosso país.
Nascida em Irati, no Paraná, a atriz já se apresentou em 33 países e em sete idiomas. Tem mais de quinze peças solos de sua autoria em repertório permanente. Publicou seis livros e recebeu inúmeras homenagens, prêmios e destaques de autoridades culturais a nível nacional e internacional. Seu trabalho é definido por ela mesma como “teatro essencial”, um sistema onde privilegiam-se as potencialidades do ator em cena.
A seguir, mais registros da leitura:
Crédito: Cristiano Martinez