Após passar por processo de restauração, o curta-metragem “Eunice, Clarice, Thereza” (1979, 15 min), de Joatan Vilela Berbel, está no site da Cinelimite (https://www.cinelimite.com/).
Trata-se de documentário com três viúvas de presos políticos: Eunice Paiva, viúva do deputado Rubens Paiva; Clarice Herzog, viúva do jornalista Vladimir Herzog; e Thereza Fiel, viúva do operário Manuel Fiel Filho. Três mulheres unidas contra a ditadura e a repressão do regime militar.
O filme, que tem duração de 15 minutos, passou por processo de digitalização em resolução 2K e teve seu som, cores e estabilidade corrigidos. Segundo a revista “Veja São Paulo”, o projeto de restauro faz pare da Iniciativa de Digitalização de Filmes Brasileiros (IDFB) da Cinelimite, ONG na Vila Mariana fundada por William Plotnick e Gustavo Menezes.
O objetivo da IDFB é digitalizar filmes menos conhecidos e fora do “cânone” do cinema brasileiro. “Nós priorizamos colaborar com cineastas/donos de direitos que não podem pagar pelos caros serviços de digitalização de filmes no Brasil, mas cujos filmes refletem a diversidade e a riqueza da história do cinema brasileiro”, diz o projeto.
Assim, a Iniciativa é um braço da Cinelimite idealizado para fornecer ao público serviços de digitalização de filmes brasileiros em formatos originais: 4K (35mm), 2K (16mm, Super-8, 8mm). “A IDFB faz parte da Cinelimite, pois nosso objetivo, além de digitalizar e preservar os filmes com os quais trabalhamos, é distribuí-los por meio da plataforma Cinelimite. No entanto, o IDFB tem a capacidade de agir independentemente da Cinelimite e trabalhar em projetos específicos que não necessariamente serão exibidos em nossa plataforma”.
A restauração de “Eunice, Clarice, Thereza” foi feita por William ao lado da cineasta Glênis Cardoso. O acesso entra no ar nesta segunda-feira, 24 março, e ficará até 7 de abril.
Esse curta, conforme a revista, foi gravado em um mesmo fim de semana na casa das três mulheres em São Paulo. Mas só foi exibido na residência de Clarice e em sindicatos. O diretor contou que a censura da época nunca permitiria a liberação desse conteúdo.
Em 2025, segundo a Veja, a intenção do projeto é lançar esse curta de Berbel nos cinemas com outras três produções restauradas.
Ainda Estou Aqui
Vale lembrar que a história de Eunice Paiva ganhou nova projeção graças ao sucesso do longa-metragem ficcional “Ainda Estou Aqui”, sucesso nos cinemas brasileiros e ganhador do Oscar de filme internacional em 2025.
O filme tem direção de Walter Salles e é estrelado por Fernanda Torres e Fernanda Montenegro como Eunice Paiva em diferentes fases da vida, além de Selton Mello no papel de Rubens Paiva. O roteiro de Murilo Hauser e Heitor Lorega foi baseado na autobiografia homônima de 2015, escrita por Marcelo Rubens Paiva.
A trama retrata a história autobiográfica de Marcelo Rubens Paiva com enfoque na vida de sua mãe, Eunice Paiva, uma advogada que acabou se tornando ativista política na sequência da prisão e consequente desaparecimento de seu marido (em razão da qual também foi presa com uma de suas filhas, Eliana Paiva) pela ditadura militar brasileira.
Na última terça-feira, 18, a Collider, veículo norte-americano, confirmou que “Ainda Estou Aqui” se tornou o terceiro filme brasileiro com maior bilheteria global, acumulando o total de US$ 36 milhões (R$ 205 milhões na cotação atual).
O longa de Walter Salles, atualmente, só fica abaixo de “Minha Mãe é uma Peça 2”, que arrecadou US$ 39,1 milhões, e “Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro”, que conta com a bilheteria de US$ 63 milhões.
Em Maringá, essa produção com Torres e Montenegro segue em cartaz. Confira os horários até quarta-feira, 26:
- Cineflix Maringá Park: 16h25
- Cines Avenida Center: 16h15
- Multiplex Catuaí Maringá: 16h25