‘É um ano que queremos deixar para a história’, afirma Simião

Segundo Victor Simião, um dos eixos da Secretaria de Cultura é descentralizar as ações, chegando até bairros e distritos. E a grande vitrine da pasta municipal costuma ser o financiamento público, com abertura de editais aos artistas locais e o Prêmio Aniceto Matti

Show na Virada Cultural de 2022 (Crédito: Arquivo/PMM)

De cidade conhecida principalmente pelo agronegócio, Maringá se tornou também da inovação, da tecnologia e, por que não, da cultura. Nas diferentes gestões das últimas décadas, a Cidade Canção faz jus ao aposto e também é da literatura, do teatro, das bibliotecas, do carnaval de rua e afins.

O ano de 2023 promete uma cena ainda mais cultural para a população maringaense. “É um ano ambicioso, é um ano que queremos deixar para a história. E nós estamos muito animados porque a organização da Secretaria está funcionando”, diz o secretário municipal de Cultura, Victor Simião, em entrevista a O Maringá.

Segundo ele, um dos eixos da pasta (Semuc) é descentralizar as ações culturais, chegando até bairros e distritos. “As bibliotecas este ano vão aparecer muito”, citando que a reforma do espaço no Jardim Alvorada deve ser entregue em maio, como presente no aniversário de 76 anos de Maringá.

Outra frente é ampliar a formação com cursos, oficinas etc., mas não apenas para artistas. “Entendemos que a política pública de cultura voltada aos artistas tem que ampliar sempre”, abrindo para a população. Por exemplo, os cursos do Centro de Ação Cultural (CAC) podem ir para outros espaços da cidade, integrando as pessoas.

Já o Teatro Calil Haddad deve ser reaberto após a troca do sistema de ar-condicionado, que era um problema dos últimos dez anos.

E, após três anos de restrições por conta da pandemia de Covid-19, o ano é de trabalho 100% presencial.

Sem contar também a programação envolvendo exposições artísticas e a continuidade do projeto de “Convite” ao teatro, dança, música, artes populares, literatura.

“É o momento de Maringá aparecer cada vez mais e deixar um legado para que, quem vier depois, não desmonte o que está sendo feito agora”.

Secretário Victor Simião (Crédito: Arquivo/PMM)

Financiamento
No entanto, a grande vitrine da Secretaria de Cultura costuma ser o financiamento público, com abertura de editais aos artistas locais e o Prêmio Aniceto Matti (Lei Municipal de Maringá n.º 11200/2020).

Até o mês de abril, a Semuc já lançou seis editais, indo da música ao hip-hop, totalizando R$ 205.450,00 em recursos, conforme levantamento da reportagem.

Simião conta que, em reunião com o chamado G7 (grupo de sete municípios do Paraná), constatou que a política de editais em Maringá está consolidada, garantindo o financiamento para os artistas.

“Nós devemos fazer uma grande Virada Cultural este ano, uma grande Flim [Festa Literária Internacional de Maringá]. Mês da Música vem com tudo também. E neste ano pretendemos trabalhar muito com as leis emergenciais, vem a Paulo Gustavo e a Aldir Blanc. Este ano vai ter muito diálogo com a classe, vai ter muito investimento à disposição”, avalia o secretário da Cidade Canção, destacando que a Flim trará nomes de peso para comemorar seus dez anos.

Segundo ele, ainda virá o Aniceto Matti em 2023, com previsão de recursos acima de R$ 2,4 milhões, no âmbito local; e a Lei Paulo Gustavo, na esfera nacional, com pelo menos R$ 3 milhões – “E aí vai ser o momento de dar um boom no audiovisual”.

EDITAL – 2023 VALOR GLOBAL INSCRIÇÕES
15º Festival Afro-Brasileiro R$ 55.250,00 Até 05/06/2023
Semana Hip Hop – 2023 R$ 23.500,00 Até 12/06/2023
Flim 2023 R$ 37.500,00 Até 02/05/2023
Semana de Cultura 2023 R$ 31.400,00 Encerradas
Virada Cultural 2023 R$ 33.800,00 Encerradas
Mês da Música R$ 24.000,00 Encerradas
Total R$ 205.450,00
Fonte: Maringá Cultura

G7
Batizado de G7, um bloco intermunicipal reúne sete cidade do Paraná para discutir as políticas culturais nos âmbitos local, estadual e federal.

O grupo é formado por Maringá, Foz do Iguaçu, Ponta Grossa, Londrina, Cascavel, Guarapuava e Toledo. “Nós montamos um grupo para trocar experiências e pleitear algumas ações das outras frentes: nacional e estadual. Queremos dialogar com o governo do Estado com uma força, com o governo federal também como uma força”, explica Simião.

A primeira reunião oficial ocorreu em Ponta Grossa, no início de abril. Uma das metas do G7 é criar um projeto de circulação entre as sete cidades. Dessa forma, artistas de um local poderiam levar seu trabalho para os demais municípios, criando um fluxo de troca e aprendizagem.

Festival Afro-Brasileiro tem edital aberto (Crédito: Ilustrativa/Semuc)

Expresso
No dia 20 de abril, a Prefeitura de Maringá, por meio da Secretaria de Cultura (Semuc), assinou o contrato dos 20 profissionais contemplados pelo Expresso Cultural. O projeto visa levar atrações de música e teatro aos bairros de Maringá e distritos de Floriano e Iguatemi.

O projeto contribui com artistas locais e torna a cultura acessível à comunidade. O cronograma completo de espetáculos do Expresso Cultural, com os locais e horários, serão divulgados em breve.

Criação do G7, com secretários de Cultura (Crédito: Arquivo/Semuc)

Até 2024

À frente da Secretaria de Cultura de Maringá desde 4 de janeiro de 2021, tendo assumido “sem indicação política”, Victor Simião é jornalista e sociólogo, além de criar o Clube de Leitura Bons Casmurros, há dez anos em funcionamento.

À reportagem, o secretário afirmou que, se o prefeito Ulisses Maia quiser, ficará até o fim da gestão, em 31 de dezembro de 2024. “Agora, tem de entregar resultado. As coisas estão acontecendo”, diz Simião, citando que, em 2022, o segundo assunto mais falado na imprensa maringaense foi cultura, conforme levantamento interno.

O titular da pasta municipal aproveita para dizer que se aprende muito com o prefeito, que o jornalista considera uma “águia”, ou seja, dotado de visão à frente.

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