Como na canção de Jorge Ben Jor, a Flim 2023 tem de tudo, é um mistério: autores/autoras, leitores/leitoras, histórias, bate-papos, teatro, música, cinema, sarau… e, claro, livros.
Na verdade, uma feira de livros, com editoras, livrarias e sebos espalhados pelos estandes do pavilhão de 3,2 mil m² ao lado do Estádio Regional Willie Davids, em Maringá.
Presente desde 2018 no evento, a editora londrinense Madrepérola está na edição de 2023 da Festa Literária Internacional de Maringá, apresentando suas publicações no campo da ficção.
Segundo o editor Rafael Silvaro, que está à frente dessa casa, a Flim valoriza e dá apoio, com estrutura e acolhimento. “Porque aqui, em Maringá, a gente tem o que não tem em Londrina: a gente não tem uma feira de livros forte, uma festa literária internacional”, disse, em conversa com O Maringá.
Formado em Letras pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), Silvaro descobriu já na época da graduação que era possível também trabalhar com edição de livros, abrindo outros caminhos profissionais, até chegar ao conhecimento editorial. “E aí, como editora, é a mesma coisa também. Você vai aprendendo cada vez mais, quais livros selecionar para você criar o seu catálogo, e trazer leitores que combinem com esse perfil”.
Com dez anos de existência, a Madrepérola é tocada hoje apenas por ele. Na captação de novos autores para publicar, o editor conta que costuma procurá-los sobre determinado tema; ou os interessados entram em contato com a casa, remetendo seus originais. “Primeiro flertando, lendo o que que ele [escritor] tem de original. Depois, lapidando essa história para ela virar um produto dentro do mercado editorial”.
Catálogo
Segundo o editor, o catálogo da Madrepérola é diversificado no universo de obras ficcionais. “A gente costuma falar que é a joia rara chamada livro”, explicando que a madrepérola é uma matéria bruta que, na mão de um ourives, é transformada numa joia, traçando paralelo com as obras da casa editorial.
O caminho de publicação é pela literatura: conto, romance, poesia, crônica. E também literatura infantojuvenil.
Por ano, a Madrepérola lança dez títulos. Já o planejamento é feito com seis meses de antecedência para cada livro. Assim, ao final do semestre, ele sabe os livros que serão apresentados para o ano que vem. Tanto no impresso quanto no digital.
“A gente aproveita o mercado digital que é o mercado em ascensão, também muito inteligente. Editores e autores que estão de fora estão perdendo, estão perdendo dinheiro, estão perdendo a oportunidade de colocar o livro para muita gente ao mesmo tempo”, citando a força dos sites e dos marketplaces.
E uma comissão editorial trabalha com Silvaro; mas a busca e curadoria são funções exercidas por esse editor. “Eu que penso nos títulos, eu que bolo o catálogo”.
Cenário
Em relação ao cenário editorial em Londrina, Silvaro conta que existem outras casas, algumas voltadas para o mundo didático/acadêmico, outras para o universo literário.
Na sua avaliação, o mercado está em ascensão na região londrinense. “Agora, está saindo uma segunda onda, que é daquelas pessoas que estão vendo o trabalho das que já estão consolidados e que já estão há mais tempo no mercado e vão criando também trabalhos”.
Serviço
A Madrepérola está aberta a novos autores e novas autoras. Para entrar em contato, acesse seu site (https://www.editoramadreperola.com/).