Conhecido pelo hard rock, a pegada mais pesada, o músico maringaense Almir Zago vem trabalhando em seu novo projeto musical. Para 2025, o público deve conhecer uma versão mais “flexível e tranquila” desse guitarrista, compositor e cantor.
Na estrada do rock desde os anos de 1980, tendo participado de diversas bandas, Almir vem compondo músicas inéditas e revisando outras. Tudo para fazer parte de sua nova trilha. “É que eu tenho letras que estão guardadas, pedaços de letras. Eu vou pegando isso aí e vou completando e trazendo, para dentro desse novo projeto, dessa ideia”, conta, em entrevista à reportagem.
Segundo ele, não é exatamente uma mudança. Porém, um jeito mais flexível e popular, fiel ao estilo musical. “É dentro do rock, uma linha de rock mais tranquila, menos pesado, digamos, é porque eu sou do hard rock”, citando suas bandas preferidas: Deep Purple e Whitesnake. Porém, a ideia é seguir outro caminho.
Por enquanto, Almir tem quatro faixas prontas, para serem buriladas com a colaboração futura de um produtor. A ideia é fechar com oito músicas e lançá-las gradativamente, no formato de singles e versões audiovisuais. “Quero fazer vídeos, antes de lançar o álbum”, com perspectiva de turnê em carreira solo mesclando repertório autoral e tributos. Aliás, no passado ele teve a Almir Rock Band, com direito a versões de Raul Seixas e Celso Blues Boy, dois ícones do pop rock brasileiro.
“Agora, vai ser Almir Zago mesmo, para solidificar esse nome, minhas ideias”. O novo álbum se somará a outros quatro de estúdio gravados por Almir ao longo da carreira.
Festival
Em 2024, Almir participou do 1º Festival de Bandas Autorais de Maringá e região, organizado pela Associação Cultural Rock do Paraná (ACRP), presidida por Ronaldo Marques, no Teatro Reviver Magó.
Ao todo, 19 bandas apresentaram seu som. “Dentro de tudo aquilo que o Ronaldo idealizou, foi bem legal. Cada banda tocou uma música e eu toquei uma música do último álbum, ‘Moto Rock’, foi bem legal. Eu gostei muito”, diz o guitarrista, referindo-se ao disco “Almir Zago” lançado em 2022, que tem releitura de músicas suas gravadas tempos atrás, mas agora com novos arranjos, mais encorpadas.
É um álbum eclético, com baladas, sons mais pesados e até instrumentais, caso de “Conversando com o pai”. Segundo Almir, a obra instrumental (sem vocal) é algo que tem de ser sentido, como se você “cantasse”. “E no caso dessa, eu fiz nesse pensamento, numa conversa mesmo”, explicando que essa faixa começa com um tema, mais tranquila, vai efervescendo e, no final, dá uma apaziguada. A ideia é como se estivesse de frente com o pai, conversando. É o pai celestial.
“Conversando com o pai” é uma música lançada originalmente no disco “Aveva” (2003), numa fase mais gospel de Almir.
Anos 80
Outra marca de “Aveva” é a presença de figuras importantes na cena maringaense. Caso de Jorge Cesso, o primeiro baixista com quem Almir tocou. Começaram em 1984, numa banda chamada Cidade Virgem, que depois se tornaria Virga Férrea em 1986, pós-Rock in Rio, com a entrada de Edy Lust’n nos vocais.
“Dentro de Maringá, esse pessoal dessa época, nos anos 80, Virga Férrea deixou um legado bem legal”, avalia Almir, completando que a banda atravessou quatro décadas, entre idas e vindas. Mas em abril deste ano, em um evento de carros antigos, a Virga Férrea pode ter feito seu derradeiro show.
Aliás, a década oitentista foi marcante na história da música. “Parece que tudo que acontece hoje em dia é fruto dessa década”, diz Almir, recordando que havia muitas bandas nos anos de 1980 na Cidade Canção. “Tinha um festival que rolava uma ou duas vezes por ano lá, no Cogumelo, como a gente fala. Não lembro o nome dessa praça, só sei que é Cogumelo”, referindo-se à Praça Pio XII, também chamada de “Praça das Antenas”. O apelido Cogumelo é por causa do formato da caixa de água mantida pela Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar).
Dessa turma, uma parte está em atividade, mas poucos seguem produzido. “Acho que eu sou um dos que manteve essa coisa de produzir. Produzir, que eu quero dizer, é compor, gravar, lançar álbum”, afirma o guitarrista.
Bandas
Almir também fez parte da Blues Melody em 1990, tocando durante alguns anos em Maringá. E, há mais de quatro anos, na Babilônia 80, que se apresenta em bares e casas, com repertório de hits e uma autoral.
Mas agora, o músico se desliga da Babilônia 80 para se dedicar a seu projeto solo.
Serviço
Para escutar e conhecer mais o trabalho do músico Almir Zago, acesse seu perfil no Instagram (@almirzago66) e Facebook. E procure suas músicas no YouTube e plataformas de streaming de áudio pelo nome/sobrenome.