Mestre Negoativo carrega a cultura dos povos bantos afro-mineiros em show em Maringá

Ramon Lopes, o Mestre Negoativo, é capoeirista, ativista cultural e pesquisador das tradições afro-mineiras de origem banto (Crédito: Cristiano Martinez)

O Sonora Brasil – “Tempos e Territórios” passou pelo Teatro do Sesc Maringá na noite desta segunda-feira, 22 setembro.

Em sua 27ª edição, o projeto trouxe à Cidade Canção, em apresentação única no Paraná, o espetáculo “Diásporas”.

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No palco, Mestre Negoativo e banda, diretamente de Minas Gerais. Ancestralidade em conexão com Maringá.

Em 2025, “Diásporas” percorre o Sudeste do Brasil, passando por Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, por exemplo; Centro-Oeste; e, claro, Maringá na região Sul. “A gente estava muito a fim de chegar aqui [Cidade Canção], porque é muito distante para quem sai de Minas”, disse o Mestre, entre uma canção e outra. “Eu não conhecia o Paraná, Maringá… nunca pensaria poder pisar neste território”, agradecendo a oportunidade ao Sesc Maringá e ao público, aliás, em bom número.

Na plateia, havia muitos grupos de capoeira maringaenses, com seus praticantes e mestres, como é o caso, por exemplo, do Mestre Chuppim.

Mais para o final do espetáculo, Maré das Águas, que é CM Capoeira Angola, foi especialmente convidada pelo Mestre Negoativo para subir ao palco em dueto com ele.

A convite de Mestre Negoativo, Maré das Águas fez um dueto (Crédito: Cristiano Martinez)

As músicas apresentadas no show farão parte do álbum que Negoativo pretende lançar ao final deste mês: “O Arco Ancestral e os Vissungos das Gerais”, fruto de toda uma cultura dos povos bantos afro-mineiros, que normalmente é desconhecida do Brasil. Segundo o Mestre, o povo de sua terra é muito reservado, profundo, como se fosse um blues.

Embora Douglas Din não esteja presente fisicamente, sua essência acompanha o projeto, enquanto ele cuida de si neste momento.

Mestre Negoativo e banda no palco do Teatro do Sesc Maringá (Crédito: Cristiano Martinez)

Trajetória
Ramon Lopes, o Mestre Negoativo, é capoeirista, ativista cultural e pesquisador das tradições afro-mineiras de origem banto, com destaque para o vissungo. Fundou o Centro Cultural Lamparina e é autor do livro Capoeiragem no país das Gerais. Também dirigiu os documentários Lamparina – Bantus nas Minas Gerais e O reencontro das cordas ancestrais, gravado no Senegal.

Na música, criou a banda Berimbrown, que ganhou projeção nacional com o “congopop”, fusão de funk, reggae, samba, congada, folia de reis e soul. Já dividiu palcos com nomes como Gerson King Combo, Sandra de Sá e Milton Nascimento.

Atualmente, dedica-se a pesquisas sobre o arco musical e as transformações das sonoridades afro-brasileiras no século XXI.

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