Moto, asfalto e rock’n’roll: conheça a história da banda maringaense Motores Ácidos

Formação atual da banda tem Cadu Madera, Rodrigo Chassy e Diego Brambila (crédito: Divulgação)

Moto, asfalto e rock’n’roll. Esta é a essência da banda maringaense Motores Ácidos, na estrada desde 2008. Seu som parte do hard rock e do blues para produzir canções autorais roqueiras, transformando-se em verdadeiros hinos no universo do motociclismo.

Durante esses 16 anos de atividades, o Motores Ácidos já lançou dois discos de estúdio, todos relacionados ao universo “on the road”, ou seja, de motociclistas cortando velozmente as estradas: “Carburado” (2014) e “Trocando o óleo” (2019).

No momento, o trio formado por Diego Brambila (voz e baixo), Rodrigo Chassy (guitarra) e Cadu Madera (bateria) prepara o terceiro trabalho, cujo título é no universo de motos e motores, marca da banda: “Batendo biela”. “Como as mídias de agora são praticamente 100% digitais, a gente resolveu fazer o lançamento single a single, música por música”, explica o vocalista, acrescentando que, ao final, esse material será unido para formar o CD.

O single mais recente, que foi lançado em 22 de agosto deste ano, é “Liberdade”. Segundo Brambila, é uma música gravada em 2022, mas que ficou na “gaveta” aguardando vir à luz. Está disponível nas plataformas digitais e no canal do Motores Ácidos no YouTube. Em breve, vai sair um videoclipe dessa canção.

Inclusive, a imagem que acompanha “Liberdade” será utilizada para estampar o novo CD. Trata-se de faixa composta por Brambila, que costuma levar para o papel as ideias do trio. Mas todos os integrantes participam do processo de feitura das canções. “Às vezes, ele [Brambila] chega no estúdio e fala: ‘Chassy, estou com essa letra aqui, o que você consegue encaixar?’ Às vezes, é o contrário: ‘montei esse riff em casa, tem uma letra pra isso?’”, complementa o guitarrista.

O vocalista conta que mantém um caderno de letras com anotações para sua pesquisa quando organiza e escreve as músicas do Motores Ácidos. Para o novo trabalho, Brambila revela que tem riff que ficou guardado durante sete anos até ganhar corpo em uma das canções. Em outras palavras, o processo de composição varia de acordo com o momento.

Imagem da capa do novo disco autoral, que reunirá oito singles (crédito: Divulgação)

Autoral
Os integrantes do Motores Ácidos recordam que já fizeram covers na banda, mas em 2024 resolveram parar com essa prática e se concentraram somente no som autoral que vem sendo produzido há um bom tempo no projeto. Segundo o guitarrista, eram em média quatro, cinco covers. “A gente falou ‘vamos fazer só a nossa mesmo?’”, referindo-se aos shows. Na verdade, foi um processo gradativo nos últimos dez anos da banda.

E o público tem correspondido bem, avalia Brambila. “Cada vez menor covers. Então, o pessoal não ficava esperando a gente tocar. Quando a gente resolveu parar [de tocar cover], não fez diferença”.

Atualmente, o trio grava seu material autoral em seu próprio estúdio, que é exclusivo da banda, e faz a mixagem em São Paulo. Nesse processo todo, eles se autoproduzem. “Nosso maior medo, na verdade, é ser tirada essa essência”, diz Chassy, referindo-se ao cerne do Motores Ácidos, que é motor, asfalto e rock’n’roll. Tanto ele quanto Brambila avaliam que um produtor de fora poderia lapidar demais seu som, para ficar mais “comercial”.

No começo, a banda fazia um “hard rock blues”, conforme classificação dada por um jornal online norte-americano. Mas sua sonoridade já agregou outras vertentes do gênero, caso de baladas e heavy metal, que o power trio prefere dizer que é simplesmente rock’n’roll. “Todos eles [CDs] têm uma balada, um blues e uma música que fala de pirataras. Essa é uma característica”, diz Chassy.

Motociclismo
Da temática das músicas ao estilo de vida, o Motores Ácidos é uma autêntica “banda de motociclistas” ou “motorcicle band”. Trocando em miúdos, eles andam em cima de duas rodas motorizadas e preservam o espírito de liberdade metaforizado pelas famosas motos Harley-Davidson e filmes como “Sem Destino” (1969).

“Nos conhecemos devido ao motociclismo”, diz Chassy. “A gente já era motociclista e a banda só começou nesse meio, focada mais por causa da moto”, complementa Brambila.

Mesmo não tendo uma Harley-Davidson em suas mãos, o vocalista explica que mantém o ideal de liberdade e tranquilidade. Ser “harleiro” é independente do veículo com essa marca. Trata-se de um estilo custom de viajar, curtindo a estrada e cortando o asfalto.

Entrevista complea com a banda em vídeo, que foi gravado nos estúdios do jornal O Maringá

Festival de Bandas

O Motores Ácidos foi um dos 19 participantes do 1º Festival de Bandas Autorais de Maringá e região, realizado em abril de 2024 pela Associação Cultural Rock do Paraná (ACRP), no Teatro Reviver Magó. Aliás, ficou em 1º lugar nessa competição idealizada por Ronaldo Marques.

“Foi muito bacana a experiência. Toda a energia do pessoal, monte de bandas e aquela correria, bem legal”, avalia o vocalista e baixista Diego Brambila.

“Estava um ambiente muito gostoso”, acrescenta o guitarrista Rodrigo Chassy, explicando que a energia foi multiplicada porque havia outros artistas e público acompanhando o som de cada um. Ele aproveita para agradecer a Marques, o grande mentor do evento.

Segundo Brambila, havia muita gente de qualidade na competição e que foi conhecida por ele somente no Festival. Sua constatação é de que faltam espaços para apresentações e parte das bandas autorais não divulga seu trabalho nas redes sociais, que são hoje os canais à disposição dos músicos.

Serviço
Para ouvir o som do Motores Ácidos, basta acessar as plataformas de streaming de áudio (Spotify, Deezer etc.). Ou no canal da banda no YouTube (@MotoresAcidos).

Para contato e outras informações, siga seu perfil nas redes sociais: Instagram (@motoresacidos) e Facebook (@motores.acidos).

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