Por ocasião do lançamento da nova edição de “Nihonjin” (vencedor do Prêmio Jabuti), o premiado autor maringaense Oscar Nakasato participará de bate-papo na noite desta quinta-feira, 10 de julho, em Maringá, com Ana Cristina Wolff.
A conversa está programada para ocorrer na Livrarias Curitiba do Shopping Maringá Park (av. São Paulo, 1.099, Zona 01), a partir de 19h.
Publicado originalmente em 2011, “Nihonjin” (144 páginas) — que significa “japonês” – ganhou nova edição pela Fósforo em 2025. É a editora que publicou “Ojiichan” em 2024, terceiro romance de Nakasato. As duas obras têm capa produzida por Denise Yui, padronizando o projeto gráfico com toques nipônicos.
Pudera, “Nihonjin” é uma saga familiar contada a partir da vida de Hideo Inabata, um imigrante orgulhoso da própria nacionalidade que, como tantos conterrâneos, aporta no Brasil no início do século 20 para trabalhar nas lavouras de café do interior de São Paulo. Imbuído da sagrada missão de levar recursos ao seu país natal, conforme orientação do imperador aos seus súditos, Hideo logo se defronta com mais dificuldades do que imaginava, e as expectativas dos primeiros dias no navio logo se transformam diante do trabalho árduo e dos choques culturais na nova terra. Ele, no entanto, não cede às dificuldades: resiste à morte da primeira esposa, Kimie, e rejeita as influências da cultura local apresentadas pelos filhos nikkei Haruo e Sumie com a inflexibilidade do que considera ser a honra de um autêntico nihonjin.
Narrada pelo neto de Hideo, Noboru, essa saga lança luz sobre o amor, a união, as distâncias e as diferenças de três gerações de uma comunidade que há mais de cem anos vem se emaranhando a outras para tecer juntas os fios da história brasileira. Da vida dura na lavoura ao comércio no bairro da Liberdade, em São Paulo, da hospitalidade de um país que se abriu para imigrantes às perseguições sofridas por este mesmo país durante a Segunda Guerra Mundial, Nihonjin retrata os dilemas no seio da comunidade nipônica, e vai além ao destrinchar o que há de mais universal na dor humana de ver os próprios sonhos se esvaírem.

“Nihonjin”, romance de estreia de Nakasato, ganhou os prêmios Benvirá (2011), Nikkei — Bunkyo de São Paulo (2011) e Jabuti (2012) na categoria romance. Também foi adaptado para a animação, com o filme “Meu avô é um Nihonjin”, uma produção da Pinguim Contentdirigido com direção de Célia Catunda, distribuição brasileira da H2O Films e apoio da SPCINE. Deve estrear nos cinemas em 2 de outubro.
No ano passado, o autor maringaense participou da Festa Literária Internacional de Maringá (Flim), em duas mesas no Teatro Calil Haddad; em uma delas, sobre “Ojiichan”.
Autor
Oscar Nakasato nasceu em Maringá, Paraná, em 1963. Doutor em literatura brasileira, é professor na Universidade Tecnológica Federal do Paraná e autor da tese “Imagens da integração e da dualidade: personagens nipo-brasileiros na ficção” (Blucher, 2010) e do romance “Ojiichan” (Fósforo, 2024). Foi colaborador do caderno Ilustrada da Folha de S.Paulo, com resenhas críticas acerca da literatura japonesa.