O ano de 2023 não tem sido fácil para o mercado livreiro do Brasil. Nesta quinta-feira, 28 de setembro, o Sindicato Nacional dos Editores de Livro (Snel) divulgou o 9º Painel do Varejo de Livros no Brasil de 2023, com pesquisa realizada pela Nielsen Book.
O resultado é de um volume de 16,96% menor e uma queda de 11,41% na arrecadação para o setor, na comparação com o nono período de 2022.
Aliás, o ano passado foi de número alto de vendas tanto de faturamento como de volume de livros comercializados devido às ações promocionais e ao fenômeno que foram os álbuns de figurinha da Copa do Mundo, trazendo uma tarefa difícil de superação para o setor livreiro em 2023.
O 09T2023 registrou um volume de 3,76 milhões de livros contra 4,53 milhões, e em faturamento foram R$ 170,04 milhões contra R$ 191,93 milhões.
“Um período atípico com uma variação superlativa, destacando o preço médio consideravelmente mais alto, com descontos maiores que os observados ao longo do ano. Um dos fatores considerados é a realização da Bienal do Rio de Janeiro. Por metodologia as vendas durante a feira não são contabilizadas e consta que as editoras obtiveram sucesso de vendas durante a feira”, comenta Ismael Borges, Territory Manager da Nielsen Book Brasil, via site do Snel.
“O mercado ainda colhe os reflexos de um período de perda do poder de compra do consumidor, sentido desde o segundo semestre de 2022. Entretanto, tivemos com a Bienal do Livro Rio 2023 a prova de que há caminhos para engajar o leitor e manter viva a paixão pela leitura, o que nos deixa esperançosos para o futuro”, destaca Dante Cid, presidente do Snel, também pelo site do sindicato.
Declínio
O declínio de performance do setor no acumulado continua, chegando a uma variação de 5,34% em volume e 0,39% em faturamento, mesmo com os números de bibliodiversidade de ISBNs chegando a números comparáveis ao ano anterior.
O acumulado de 2023 alcança um volume de 37,74 milhões de livros vendidos, mas não sendo o suficiente para superar os 39,87 milhões vendidos em 2022. A crescente no preço médio contribui para não deixar o faturamento também negativo, que registra R$1,73 bilhão em 2023 contra R$1,72 bilhão em 2022, números que têm se aproximado cada vez mais.
Os números têm como base o resultado da Nielsen Bookscan Brasil, que apura as vendas das principais livrarias e supermercados no país.