Pesquisa, visão artística, técnica e lapidação. Assim, é o trabalho do produtor musical André Drago em Maringá. Ele é compositor, cantor, multi-instrumentista, professor e, claro, trabalha na produção desde 2013. Com muita bagagem e experiência no mercado.
“Temos artistas que chegam com as ideias meio prontas e é importante respeitar a dinâmica do que o artista quer para o trabalho dele. E nesse momento a gente entra com orientações técnicas. Mas existem artistas também que produzem sozinhos. Não tem uma banda, então eles precisam de uma produção mais completa”, explica, em entrevista gravada em vídeo no jornal O Maringá.
No estúdio que leva seu nome, Drago diz que existe todo um trabalho minucioso para as questões técnicas de gravação. “Mas na parte artística, depende muito do que o artista está precisando”. Neste caso, o produtor entra como um verdadeiro ourives. “Eu costumo interferir só no momento que precisa. Porque eu sempre coloco na frente a vontade e o ímpeto do artista no arranjo. Assim, a música é da pessoa, mas a gente faz uma lapidação: diamante bruto”, referindo-se à metáfora para material raro e precioso em estado natural.
Ele conta que também é preciso pesquisar o estilo do artista para descobrir os arranjos naquele tipo de som. Para Drago, é a parte mais prazerosa, pois envolve criatividade. Além de sua experiência de mercado e de músico para que se consiga chegar a uma sonoridade competente no mercado atual.
Pelo desenho do momento, o meio mudou e hoje tem mais artistas solo, e menos conjuntos. “Isso é uma característica da nossa época. Pela facilidade que existe de acesso hoje para poder fazer uma gravação, para poder produzir, compor”, explica.
Os projetos solo necessitam de uma produção completa. Desse modo, Drago faz todo o arranjo da música, exercendo as funções de baixista, baterista, guitarrista etc. Ou ele convoca um músico de estúdio para fazer o trabalho.
Especializado em rock
Quando começou há 12 anos, André Drago produzia muito rap e hip-hop. Segundo ele, Maringá tem uma cultura efervescente, com batalha de rima e eventos públicos que trazem artistas desse gênero. Além disso, Drago vem do universo urbano do skate. “Quando comecei a trabalhar, muitas pessoas desse meio me procuraram”.
Com o tempo, ele aprendeu o ofício e técnicas mais complexas. Em seguida, começou a trabalhar mais com as bandas, até chegar a seu estilo favorito, que é o metal. Como resultado, Drago ficou especializado no rock, segmentando sua área de atuação. “Porque na produção o interessante é a gente escolher uma linha, porque a gente trabalha muito com o nosso gosto pessoal também na hora de produzir”, destacando o trabalho prazeroso de investir num estilo do qual é versado e tem mais propriedade.
Claro, no início da carreira ele trabalhou com muita diversidade de gêneros musicais, incluindo o sertanejo, funk, música internacional e étnica (com trabalhos para a Associação Cultural e Esportiva de Maringá, a Acema), por exemplo. “Também já atendi bastante a comunidade haitiana em Maringá. Eles cantam muito rap”, acrescentando que teve várias fases no Estúdio Drago.
Atualmente, é o rock. Não apenas na produção; mas também com aulas de canto, violão, contrabaixo, piano, composição e teoria musical. “E tenho recebido muitos compositores desse estilo para trocar essas ideias e fazer esse acompanhamento também. Demanda é grande”, explicando que é procurado por todos os meios sociais: estudantes do curso de música da Universidade Estadual de Maringá (UEM); empresários com carreira formada, mas que querem realizar o sonho de gravar.
“É um ambiente que a gente pode trazer para as pessoas essa possibilidade de se sentir o artista dentro do estúdio gravando, fazendo seu material”, resume Drago.
Pode não parecer, porém existe grande procura na Cidade Canção. Mesmo com a existência de vários estúdios. “É uma área legal para quem se interessa na produção musical”, dizendo que acreditou totalmente no trabalho, tendo em vista que o setor musical é conhecido pela instabilidade. Na verdade, a arte em geral enfrenta certa resistência. “Mas o apoio da família, e a pessoa ter disciplina para acreditar e fazer acontecer esse sonho, as coisas acontecem. Tem sido uma oportunidade bem grata para eu poder trabalhar com isso”.
Singles
Em tempos de redes sociais e rapidez da informação, os artistas preferem lançar suas músicas no formato de singles (música individual, uma faixa solta). É o que avalia Drago. “Ele [álbum] é mais conceitual. E hoje em dia a gente sabe que nas redes sociais a demanda busca por coisas mais rápidas e mais simples”, afirma, destacando que o formato do álbum é um trabalho mais maduro e exige tempo para sua concepção; fora que não é tão comercial para distribuição nas plataformas ou rádios.
“Muitos artistas optam, no início da carreira, principalmente, em lançar trabalhos mais rápidos, em que a produção leve menos tempo e que o material esteja mais compactado, comprimido para esse formato de mídia hoje em dia que é o Instagram, o YouTube e plataformas assim”.
Graduação em música
No meio musical desde seus 11 anos de idade, André Drago trabalha hoje como produtor, multi-instrumentista e compositor. Ele toca instrumentos de corda (violão, contrabaixo, guitarra etc.), piano, percussão, entre outros. No passado, quando começou a cantar com 17 anos de idade, passou a compor no estilo do rock. Além de tudo isso, está na fase final do Bacharelado em Música na Universidade Estadual de Maringá (UEM). Mais especificamente, Habilitação em Composição Musical. “Justamente pelo meu trabalho com estúdio”, dizendo que sentiu a necessidade de fazer um curso de graduação na área.
Serviço
Para saber mais sobre o trabalho de André Drago, procure suas redes sociais: @estudiodrago, @andredrago.ad