Quais vivências no período escolar marcam a existência de uma mulher preta? E na vida acadêmica? Mulheres pretas escrevem e pesquisam? Respostas para essas e muitas outras questões são dadas constantemente por elas próprias e algumas delas são apresentadas na obra (Sobre) Vivências de Mulheres Negras (Editora Devires; R$33,16; 120 páginas).
As autoras dos textos são participantes e ex-participantes do projeto LetrasPretas, sediado na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), que tem entre seus objetivos reunir, analisar e divulgar produções literárias e artísticas de mulheres negras. No livro, organizado por Amanda Lourenço e Henrique Marques Samyn, autoras negras expõem suas vivências, desde a fase escolar até à acadêmica, ao passo que refletem sobre suas experiências relacionadas ao racismo e ao sexismo. Temas muito comuns à elas, e que às acompanham desde muito cedo, como solidão, religiosidade, pressão para se adequar esteticamente e assédios estão entre os principais pontos abordados no primeiro volume de (Sobre) Vivências de Mulheres Negras. Mas por que ler essa obra? Porque ela apresenta (enfim) experiências vividas por mulheres pretas expostas por elas próprias sem interlocuções e sem interrupções.