Professora da Universidade Estadual de Maringá (UEM) desde 1982, Rosane Marina Peralta é uma das cientistas mais influentes do Brasil na área da Biologia e Bioquímica, de acordo com a plataforma Research.com, ocupando a 68ª posição no ranking.
“Tenho grande satisfação de ser uma pesquisadora de destaque na área, além de ter contribuído para a formação de vários pesquisadores”, afirma, via AEN-PR.
Peralta é uma das 3.954 professoras nas universidades estaduais do Paraná. Esse contingente representa 52% do total de docentes. Em outras palavras, são maioria no quadro do magistério de ensino superior estadual. Elas realizam pesquisas científicas, coordenam grupos de pesquisa e laboratórios, além de atividades extracurriculares com as comunidades.
Essa cientista da UEM iniciou a sua primeira graduação em Farmácia em 1976. Possui duas graduações, uma em Farmácia e a outra em Nutrição. No mestrado e no doutorado, deu sequência nos estudos em Bioquímica.
Peralta coordena o Laboratório de Bioquímica de Microrganismos e de Alimentos (LBM) da UEM, que iniciou suas atividades em 1990. O foco das pesquisas desenvolvidas no laboratório é compreender as interações positivas dos microrganismos com seres vivos e o ambiente. Já orientou mais de 130 estudantes, tem mais de 250 artigos científicos divulgados em revistas de circulação internacional e dezenas de capítulos de livros publicados.
O trabalho realizado pela professora já foi reconhecido diversas vezes. Em 2014 ela foi vencedora do Prêmio Paranaense de Ciência e Tecnologia, promovido pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti). Em 2019 recebeu o Prêmio Mulheres Brasileiras em Química e Ciências Relacionadas, na categoria “Liderança na Academia”.
Nesses 48 anos em contato com a produção científica, notou que a presença de mulheres tem aumentado gradualmente. “As mulheres lenta e gradativamente vêm ocupando seu lugar na ciência. Mas os desafios são muitos, incluindo conciliar a vida familiar com a pesquisa, além de conquistar seu espaço em um mundo ainda muito dominado pelos homens”, explica a professora.
Novas perspectivas
“A presença das mulheres na área de pesquisa amplia o alcance e traz novas perspectivas para a produção do conhecimento. A mulher tem um papel fundamental nas universidades e nas instituições de Ciência e Tecnologia, tanto na produção de pesquisa, quanto inspirando mais meninas e mulheres para atuar nessas áreas”, afirma o secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Bona, via AEN-PR
Além da docência, entre alunos também há uma presença feminina cada vez maior. Em todas as instituições estaduais são 102.696 pessoas – abrangendo alunos, professores e servidores de áreas de apoio – e 59.308 são mulheres, ou 57,7% do total. Os dados são do último levantamento, realizado em 2023.