Boletim Focus: mercado financeiro projeta inflação menor e otimismo com PIB em 2024
As expectativas do mercado financeiro para a inflação de 2024 apresentaram leve melhora, conforme o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (25) pelo Banco Central. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, deve fechar o ano em 4,63%, ligeiramente abaixo dos 4,64% projetados na semana passada.
Apesar da redução, a previsão permanece acima do teto da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo (ou seja, entre 1,5% e 4,5%).
Para os anos seguintes, as projeções são:
- 2025: inflação de 4,34%
- 2026: inflação de 3,78%
Com o início do sistema de meta contínua em 2025, a meta central será fixada em 3%, com a mesma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Taxa Selic e dólar
A taxa básica de juros (Selic), atualmente em 11,25%, deve encerrar o ano em 11,75%, de acordo com o boletim. A previsão para a Selic está inalterada há oito semanas.
Um dos fatores considerados pelo Comitê de Política Monetária (Copom) para as decisões sobre juros é o desempenho do dólar. A moeda norte-americana tem registrado valorização recente e o mercado estima que ela termine 2024 cotada a R$ 5,70, acima dos R$ 5,60 projetados na semana anterior e dos R$ 5,45 de quatro semanas atrás.
Para os anos seguintes, as expectativas são:
- 2025: dólar cotado a R$ 5,55
- 2026: dólar cotado a R$ 5,50
Crescimento do PIB
As projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2024 foram ajustadas para cima, refletindo maior otimismo do mercado. A expectativa de crescimento passou de 3,10%, registrada na semana anterior, para 3,17%. Há quatro semanas, o mercado estimava um crescimento de 3,08%.
Para os anos subsequentes, as estimativas são mais moderadas:
- 2025: crescimento de 1,95%
- 2026: crescimento de 2,00%
Contexto econômico
As revisões indicam uma visão de cautela combinada com otimismo moderado. Embora o mercado projete uma inflação em desaceleração para os próximos anos, o cenário internacional inflacionário e as pressões cambiais seguem desafiando o cumprimento das metas. No entanto, a melhora nas estimativas do PIB para 2024 sinaliza confiança no crescimento da atividade econômica no curto prazo.