O Brasil embarcou 7,278 milhões de sacas de café no primeiro bimestre deste ano, conforme dados do relatório estatístico mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). No entanto, esse número registra declínio de 5,4% em relação aos 7,694 milhões aferidos nos dois primeiros meses de 2024.
Acompanhando o desempenho mensal, a receita cresceu 58,4% no agregado de janeiro e fevereiro, saltando para US$ 2,516 bilhões, ante o US$ 1,588 bilhão aferido em idêntico intervalo no ano passado.
Os Estados Unidos foram o principal destino dos cafés do Brasil no primeiro bimestre de 2025, com a importação de 1,206 milhão de sacas, o que equivale a 16,6% do total, apesar de representar um declínio de 12,3% na comparação com janeiro e fevereiro de 2024.
A Alemanha, com 12,1% de representatividade, adquiriu 878.350 sacas (-29,4%) e ocupou o segundo lugar no ranking. Na sequência, vieram Itália, com a importação de 531.260 sacas (+9,1%); Japão, com 478.844 sacas (+3,9%); e Turquia, com 354.904 sacas (+88,7%).
“É válido salientar que, apesar de seus cafés estarem mais competitivos que os brasileiros no primeiro bimestre, Vietnã e Indonésia, segundo e quarto maiores produtores globais, seguem aumentando suas importações do grão verde (in natura) do Brasil. Os vietnamitas adquiriram 72.836 sacas nos dois primeiros meses deste ano e os indonésios 47.471 sacas, apresentado incrementos de 297,3% e 29,2%, respectivamente”, diz o Cecafé.
Em janeiro e fevereiro, o café arábica, com o envio de 6,069 milhões de sacas ao exterior, permaneceu como o mais exportado pelo Brasil. Esse montante equivale a 83,4% do total embarcado, mesmo implicando leve queda de 0,7% frente ao primeiro bimestre de 2024.
Na sequência, com o equivalente a 640.996 sacas remetidas para fora do país, apareceu o segmento do café solúvel, que registrou um incremento de 16,5% na comparação com os dois primeiros meses do ano passado. Esse tipo de produto respondeu por 8,8% das exportações totais no período atual.
Os cafés canéforas (conilon + robusta), com 559.928 sacas – recuo de 45,5% e 7,7% do total –, e o produto torrado e torrado e moído, com 7.993 sacas (+63,9% e 0,1% de representatividade), completaram a lista.
Cafés diferenciados
Os cafés que possuem qualidade superior ou certificados de práticas sustentáveis responderam por 24,8% das exportações totais brasileiras no primeiro bimestre deste ano, com a remessa de 1,801 milhão de sacas ao exterior. Esse volume é 14,7% superior ao registrado em janeiro e fevereiro de 2024.
A um preço médio de US$ 398,47 por saca, a receita cambial com os embarques dos cafés diferenciados foi de US$ 717,7 milhões, o que correspondeu a 28,5% do obtido com todos os embarques de café no primeiro bimestre de 2025. No comparativo anual, o valor é 101,1% superior ao registrado nos dois primeiros meses do ano passado.
Os EUA também lideraram o ranking dos principais destinos dos cafés diferenciados, com a compra de 351.205 sacas, o equivalente a 19,5% do total desse tipo de produto exportado.
Fechando o top 5, apareceram Alemanha, com 228.840 sacas e representatividade de 12,7%; Bélgica, com 179.510 sacas (10%); Japão, com 125.646 sacas (7%); e Holanda (Países Baixos), com 118.806 sacas (6,6%).
Fevereiro
Em fevereiro deste ano, conforme os dados do Cecafé, o Brasil exportou 3,274 milhões de sacas de 60 kg, o que representa uma queda de 10,4% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Em receita, contudo, a performance é 55,5% superior, rendendo US$ 1,190 bilhão ao país – montante recorde para meses de fevereiro –, refletindo as cotações elevadas no mercado global.
Com a performance no mês passado, os embarques de café do Brasil subiram para 33,452 milhões de sacas no acumulado dos oito primeiros meses da safra 2024/25, proporcionando divisas de US$ 9,723 bilhões. Ambos os desempenhos são recordes para esse período e implicam altas de 8,8% em volume e 59,8% em receita cambial na comparação com o intervalo de julho de 2023 a fevereiro de 2024.