O Brasil atingiu no segundo trimestre de 2025 a menor taxa de desemprego desde o início da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2012. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgados nesta quinta-feira (31), a taxa de desocupação caiu para 5,8%, marcando um novo recorde positivo para o mercado de trabalho.
O levantamento mostra que, entre abril e junho, o país contabilizou 102,3 milhões de trabalhadores ocupados e cerca de 6,3 milhões de desocupados, número 17,4% menor que no trimestre anterior, o que representa 1,3 milhão de pessoas a menos procurando emprego. Em comparação com o primeiro trimestre de 2025, quando o índice era de 7%, o recuo demonstra aceleração da recuperação econômica.
Carteira assinada e recorde de ocupação
O segundo trimestre também marcou o recorde de empregos formais no país, com 39 milhões de trabalhadores com carteira assinada no setor privado, crescimento de 0,9% em relação ao trimestre anterior. O número de trabalhadores sem carteira também avançou, chegando a 13,5 milhões, alta de 2,6%.
Com isso, o contingente total de pessoas ocupadas cresceu 1,8% em relação ao primeiro trimestre, com 1,8 milhão de novos postos de trabalho. A taxa de informalidade caiu para 37,8%, a menor desde 2020, e o número de desalentados – pessoas que desistiram de procurar emprego – chegou a 2,8 milhões, o menor nível desde 2016.
Rendimentos em alta
O aquecimento do mercado de trabalho refletiu diretamente nos salários. O rendimento médio mensal do trabalhador brasileiro atingiu R$ 3.477, o maior valor já registrado pelo IBGE. Esse patamar representa alta de 1,1% em relação ao trimestre anterior e 3,3% acima do valor de um ano antes.
Com mais pessoas ocupadas e salários maiores, a massa de rendimentos – que é o total de recursos recebidos pelos trabalhadores – alcançou R$ 351,2 bilhões, um recorde histórico. O montante representa 5,9% a mais que o mesmo período de 2024, injetando recursos adicionais na economia, seja por meio do consumo ou da poupança.
Metodologia atualizada
A pesquisa divulgada pelo IBGE traz como novidade a primeira ponderação baseada nos dados do Censo 2022, o que atualizou a amostra de domicílios visitados em todo o país. Ao todo, 211 mil residências foram pesquisadas para avaliar a situação do mercado de trabalho de pessoas com 14 anos ou mais, considerando ocupações formais, informais, temporárias e por conta própria.