O clima tem ajudado a colheita do café no Paraná, que chegou à marca de 21%, conforme dados do Boletim de Conjuntura Agropecuária feito pelos técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), referente à semana de 7 a 13 de junho.
Em outras palavras, tem chovido pouco em toda região produtora desde maio. A maturação uniforme é outro fator positivo para a boa evolução da colheita. No entanto, as produtividades têm sido levemente decepcionantes até o momento. “O principal problema identificado é a presença de grãos miúdos, apesar da boa quantidade de frutos”, diz o documento elaborado pelos técnicos do Deral. “As menores produtividades obtidas são acompanhadas ainda por uma renda menor na transformação do café em coco para o beneficiado”.
Nesse cenário, a produção é estimada em 41,7 mil toneladas, 5% abaixo da safra 2023 (43,9 mil), “mas bastante acima da problemática safra de 2022, quando a seca fez produzirmos apenas 29,2 mil toneladas”.
Em compensação, os preços recebidos pelos cafeicultores estão remuneradores. Na primeira semana de junho foi registrada uma média de R$ 1.120,97 por saca de café beneficiado, valor acima do índice de custo total registrado em maio, de R$ 1.062,03. Além de cobrir os custos, este valor é 29% superior à média de junho de 2023 (R$ 866,77).
“O patamar de preços registrado em junho de 2023 vinha se mantendo até março deste ano, quando preocupações com a safra vietnamita fizeram os preços internacionais reagirem”, diz o Boletim.
Cotações do Robusta
As cotações do café robusta voltaram a subir no Brasil neste começo de junho, com o Indicador Cepea/Esalq do tipo 6, peneira 13 acima, atingindo R$ 1.247,17/saca de 60 kg na quinta-feira, 6, novo recorde real da série do Cepea, iniciada em novembro de 2001 – deflacionamento pelo IGP-DI de abril/24.
Segundo pesquisadores desse Centro, o impulso vem de projeções indicando oferta mundial apertada da variedade, devido ao clima adverso no Vietnã, principal produtor de robusta. Apesar das recentes reações nos valores do café, poucos vendedores estão ativos no spot brasileiro. Atualmente, o foco de agentes tem sido a colheita de café da safra 2024/25, que está a todo o vapor.