A colheita da segunda safra de milho 2024/25 avança no Paraná e, conforme o Boletim de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 11 a 17 de julho, atingiu quase um terço da área total estimada, com 29% de 2,7 milhões de hectares.
Esse desempenho está ligeiramente acima da média registrada nas últimas cinco safras, que era de aproximadamente 20% para o mesmo período. “No entanto, as condições das lavouras que ainda aguardam colheita voltaram a apresentar piora. Na semana anterior, 68% das áreas estavam classificadas como em boas condições; nesta semana, esse número caiu para 64%”, diz o documento elaborado por técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab).
Já as lavouras em condição mediana aumentaram de 18% para 20%, enquanto as em situação considerada ruim passaram de 14% para 15%. “Essa deterioração nas condições de campo pode estar relacionada diretamente às geadas ocorridas no final de junho, que afetaram parte das regiões produtoras. A expectativa agora se volta para a avaliação mais precisa dos impactos sobre a produtividade nas próximas semanas”, afirma o relatório.
Mel, pecuária bovina e o tarifaço
O Boletim também aborda as consequências da imposição de tarifa adicional de 50% pelos Estados Unidos na exportação da pecuária bovina e mel. No caso deste, o setor deve ser afetado no Paraná.
Os EUA absorvem 84,1% do volume total de mel exportado. No primeiro semestre de 2025 foram enviadas 16.170 toneladas, totalizando US$ 52,2 milhões. O Paraná é o terceiro maior exportador de mel natural no Brasil, atrás de Minas Gerais e Piauí. No primeiro semestre foram enviadas ao exterior 3,8 mil toneladas de mel paranaense com arrecadação de US$ 12,3 milhões. Para os Estados Unidos foram 2,9 mil toneladas por US$ 9,6 milhões.
Já no setor de bovinos, a imposição de tarifas de 50% na exportação de produtos brasileiros para os Estados Unidos gera preocupação. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), os próximos embarques estão sob análise. Essa preocupação é legítima porque em 2024 os Estados Unidos foram o segundo principal mercado comprador da carne brasileira. Em julho, as cotações da arroba bovina já acumulam queda de 5,29%, com negociação a R$ 300,65.