Após o verdadeiro dilúvio de outubro, as chuvas deram uma trégua momentânea no Paraná. Com isso, o cenário é propício ao plantio tanto da soja como do milho nos campos paranaenses.
Segundo o Boletim Semanal do Departamento do Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), a soja tinha 73% plantados de uma área estimada de 5,8 milhões de hectares. Já a cultura do milho atingiu 95% plantados dos 314 mil hectares esperados para esta safra.
“Com a expectativa de o tempo firme permanecer por mais alguns dias, devemos ter um avanço consistente do plantio na próxima semana, especialmente da soja, que tem um pequeno atraso localizado na região Sul do Estado”, diz o documento preparado pelos técnicos do Deral e publicado nesta quinta-feira, 9 de novembro.
O relatório apontou também a piora nas condições das lavouras plantadas quando comparado à semana anterior para ambas as culturas, isto em decorrência essencialmente do volume atípico de chuvas ocorridas no Paraná em outubro.
Em âmbito nacional, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou nesta semana o 2º Levantamento da Safra de Grãos. A soja deverá atingir uma produção estimada em 162,4 milhões de toneladas, com um crescimento de 2,8% na área a ser semeada, o que ainda consolida o Brasil como o maior produtor mundial da oleaginosa.
Quanto ao milho, houve redução de 5% na área total a ser cultivada, calculada em 21,1 milhões de hectares, com produção prevista de 119,1 milhões de toneladas. Já para o algodão, é esperado um crescimento de 4,2% na área a ser semeada, em um total de 1,73 milhão de hectares, e produção de pluma em 3,04 milhões de toneladas.
No caso do arroz, há expectativa de crescimento de 5,2% na área que está sendo semeada e produção de 10,8 milhões de toneladas. O mesmo vale para o feijão, com crescimento previsto de 3,3% na área total a ser semeada com as três safras, estimada em 2,8 milhões de hectares, e com a produção total no país de 3,1 milhões de toneladas.
Mercado
Os dados da demanda doméstica de milho apresentados no Boletim da Conab apontam que 84,5 milhões de toneladas do cereal deverão ser consumidos internamente ao longo de 2024, ou seja, um aumento de 6,1% comparativamente à safra anterior. Acredita-se ainda que a redução da produção brasileira do cereal, somada à maior oferta disponível no mercado externo, deverá reduzir o volume de exportações brasileiras do grão em 2024. Com isso, o estoque de milho em fevereiro de 2025, ou seja, ao fim do ano-safra 2023/24, deverá ser de 8,9 milhões de toneladas.
Quanto à soja em grãos, as exportações no período de janeiro a outubro de 2023 estão aproximadamente 25% superiores às do mesmo período em 2022. Por esse motivo, a Conab acompanha o percentual e eleva as exportações de soja em grãos, de 97,48 milhões de toneladas para 98,06 milhões de toneladas.