Comprador de livros é mulher, da classe C/B e do Sudeste/Nordeste, diz pesquisa inédita

Crédito: Ilustrativa/Freepik

Mulher de 45 a 65 anos ou mais, pertencente às classes C e B e habitante do Sudeste/Nordeste. Eis o comprador (ou melhor, compradora) de livros no Brasil.

Tal retrato é possível de ser traçado a partir do inédito “Panorama do Consumo de Livros: Um estudo sobre o perfil e hábitos de compradores de livros no Brasil”, que foi realizado pela Nielsen BookData a pedido da Câmara Brasileira do Livro (CBL).

É um levantamento que tem como objetivo traçar o perfil e hábitos de compra dos consumidores de livros. Trata-se de uma nova ferramenta para auxiliar a tomada de decisão de editoras, livrarias e demais agentes da cadeia produtiva do livro.

Em linhas gerais, os compradores de livros no país compreendem 16% da população, maior de 18 anos, que comprou ao menos um livro nos últimos 12 meses. Desse universo, 57% são de mulheres; e 43%, homens.

Em outras palavras, o mercado editorial teve ao redor de 25 milhões de consumidores de livros, entre os quais 74% têm a intenção de comprar novamente nos próximos três meses. O estudo também identificou que 69% adquiriram de 1 a 5 livros enquanto 8% compraram 16 ou mais livros no último ano móvel.

O maior percentual etário é na faixa de 65 anos ou +, com 16%; e 45-54 anos, também com o mesmo percentual. Depois, vem 24% de 35-44 anos; e 22%, 25-34 anos.

Já em termos de classe social, ainda que a maior penetração esteja nas classes A e B, a concentração de compradores está nas classes C e B (82%).

E os compradores estão no Sudeste (45%) e Nordeste (28%). Explica-se: como são regiões mais populosas do Brasil, concentram a maior parte dos compradores de livros e também maior penetração. Por sua vez, o Sul tem 14% dos compradores; o Norte, 8%, e o Centro-Oeste, 7%.

Em relação ao nível educacional, 91% desses consumidores estão acima do Ensino Médio. Entre as atividades de lazer, além da leitura, observa-se um uso de redes sociais e acesso a streamings acima da média da população. As razões mais citadas para comprar um livro foram “crescimento pessoal” seguido de “lazer”.

Não compradores
Do outro lado, a pesquisa também traçou o perfil dos chamados “não compradores de livros”: 84% da população alegou não ter comprado nenhum livro nos últimos 12 meses. Para 60% dessas pessoas o hábito de leitura é uma atividade importante, porém a maioria aponta preço, ausência de loja e falta de tempo como os maiores fatores para desmotivar ou não efetuar a compra de livros.

“O estudo mostra que a percepção de que livros são caros não depende da classe social. As regiões Norte e Nordeste concentram o percentual mais alto de pessoas que citaram falta de livrarias como um impedimento para compra de livros. Preço justo e tema/assunto são os fatores mais apontados para que essas pessoas passem a comprar livros”, diz trecho do levantamento.

Entre aqueles que não compraram livros, 56% encontraram alguma alternativa à compra: download de PDF gratuito, acesso à biblioteca, empréstimo de um amigo ou terem sido presenteados com um livro. Esta informação é um exemplo de demanda potencial entre este público, ainda que não tenham comprado nenhum exemplar.

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