O dólar comercial voltou a ultrapassar os R$ 5,70 nesta quarta-feira (19), fechando a R$ 5,726, com alta de 0,66%. A moeda norte-americana oscilou bastante ao longo do dia, atingindo uma mínima de R$ 5,68 no início da tarde, mas encerrou próxima à máxima diária.
Enquanto isso, a bolsa de valores brasileira teve um dia de queda expressiva. O índice Ibovespa recuou 0,95%, encerrando aos 127.309 pontos, pressionado principalmente por ações de bancos.
Motivos para o Movimento no Mercado
A alta do dólar e a queda da bolsa foram influenciadas por fatores externos e internos:
- Divulgação da Ata do Federal Reserve (Fed):
O Banco Central dos Estados Unidos divulgou a ata de sua última reunião, indicando que a redução de juros será avaliada somente no final do ano, dependendo do comportamento da inflação. A postura mais conservadora do Fed gerou impacto nos mercados globais, favorecendo o dólar. - Ameaças Comerciais de Trump:
O mercado também reagiu às novas ameaças do presidente Donald Trump de elevar tarifas em 25% sobre produtos farmacêuticos e semicondutores, além de repetir a intenção de aplicar o mesmo aumento sobre automóveis. A escalada nas tensões comerciais afeta o apetite por risco, reduzindo o fluxo de capital para países emergentes como o Brasil. - Queda nas Ações Bancárias:
No Brasil, o desempenho negativo das ações de bancos puxou o Ibovespa para baixo, contribuindo para o clima de pessimismo na B3.
Cenário do Dólar em 2025
Apesar da alta desta quarta-feira, o dólar ainda acumula queda de 7,33% no ano. Em fevereiro, a desvalorização chega a 1,9%, refletindo fatores como a expectativa de manutenção de juros elevados no Brasil, que torna o mercado local atraente para investidores estrangeiros.
Perspectivas
Os próximos movimentos do mercado dependerão de decisões políticas e econômicas, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. A política monetária do Fed e a escalada de tensões comerciais globais continuarão sendo fatores determinantes para o câmbio e a bolsa. No Brasil, investidores aguardam novidades sobre o cenário fiscal e reformas estruturais que possam impactar o desempenho do mercado no médio e longo prazo.