Conhecido pelo trabalho de produção e mobilização na cena cultural de Maringá e região, o coletivo Pé Vermelho faz sua primeira exibição em Curitiba, a partir desta quinta-feira, 8 de maio, na Alfaiataria. É parte do Programa de Exposições de Mesa criado pela Plataforma Estopim, que difunde projetos de artistas que tenham as artes gráficas e impressas como técnica.
A curadora e artista Érica Paiva Rosa conta que todos os trabalhos expostos são independentes e feitos de maneira artesanal. “Nessa exposição de acervo, levarei trabalhos poéticos impressos e circulados nas atividades do coletivo, como slams, saraus, oficinas, festivais e feiras, tudo feito de maneira manual”, diz. Dentre os trabalhos apresentados, há um acervo de mais de 50 zines, além das propostas poéticas interativas da própria Érica.
No circuito nomeado como “Programa de Exposições de Mesa”, idealizado pela Plataforma Estopim, as obras podem ser manuseadas, o que torna a interação com o público ainda maior. “O formato de exposição em mesa é ótimo para os produtos poéticos que pedem as mãos do público, a ideia é que as pessoas abram, fechem, dobrem, virem, (des)enrolem os materiais na experiência de descobrir cada publicação”, completa Érica.
Para a curadora do projeto, Luana Navarro, a intenção das Exposições de Mesa é criar uma situação relacional com o artista presente. “A ideia é uma mostra onde os objetos expostos sejam manipuláveis e quebrem essa noção de exposição tradicional, com hierarquias entre quem expõe e o público”, comenta.
Ao todo, em 2025 serão apresentadas quatro exposições de artistas paranaenses. A primeira, em abril, exibiu a coletiva “Jogos Perigosos”. Agora, em maio, é a vez do coletivo Pé Vermelho. Posteriormente, se apresentam “Urgências”, de Revista Adesiva e “Com Iracema e outras coisas”, do londrinense Elke Coelho. Os artistas e coletivos foram selecionados através de chamamento público e fazem parte de uma vasta programação da Plataforma que comemora 10 anos.]

Plataforma Estopim
A Plataforma Estopim foi criada há 10 anos para difundir projetos de artistas que trabalham com artes gráficas e impressas. Este ano, a programação abrange mostras, ações formativas, publicação comemorativa, feira e um circuito de artes gráficas, além de disponibilizar seu acervo em uma biblioteca física, com múltiplos e publicações de artistas independentes.
A ideia, que teve início em 2014, aconteceu quando os artistas e produtores Luana Navarro e Guilherme Jaccon se conheceram e decidiram criar um espaço que saísse dos formatos tradicionais expositivos. “A gente já pesquisava o universo dos impressos e decidiu fazer algo que fosse mais democrático”, afirma Luana. Com o caráter acessível e democrático da iniciativa, o primeiro evento reuniu 500 pessoas, estabelecendo um marco importante no cenário artístico local. “Foi um público alto de visitação. Vimos que esse era um caminho que tinha interesse do público que consome e também de quem produz”, completa.
Depois disso, não pararam mais. Na pandemia, por exemplo, a Estopim aconteceu de maneira online com um web site, lives de palestrantes, uma publicação experimental e venda de trabalhos. “O interessante sempre foi poder gerar renda e movimentar o circuito da arte. Por isso, nosso projeto envolve sempre muitas pessoas”, diz Jaccon.
Para Guilherme, que pondera sobre o meio das artes visuais ser um universo solitário, as edições das feiras atuam para mostrar a importância do coletivo. “A Estopim conseguiu dar ênfase aos fazeres coletivos e fomentou a criação de novos espaços onde o legal é justamente o encontro direto entre o público e os artistas, com foco em humanizar essa relação no campo das artes”.
O projeto tem o incentivo do Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura do Paraná (Profice) e apoio da Companhia Paranaense de Energia (Copel).
Serviço
Exposição: “Acervo do Coletivo Pé Vermelho” (Maringá/PR)
Data: 8 de maio de 2025
Horário: 18h30 às 22h
Local: Alfaiataria Espaço de Artes – Rua Riachuelo, 274, Centro, Curitiba/PR
Entrada gratuita
Com assessoria