Com expectativa de 44,5 mil toneladas no Paraná, a safra de café pode superar em 10% a produção de 2024, que foi de 40,3 mil ton. Segundo o boletim do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), esse volume superior também deve apresentar melhor qualidade do que a safra anterior, apesar de pequenos problemas registrados, com chuvas na colheita e geadas prejudicando os grãos colhidos em alguns municípios.
Os preços recebidos registraram média de R$ 1.683,97 por saca de café beneficiado na semana anterior, e trabalha nestes mesmos patamares nesta semana. Depois de atingirem R$ 1.564,61 na média de julho os valores caíram ainda mais nas primeiras semanas de agosto, mas reagiram nos últimos dias. “Como a safra está chegando ao fim, com 93% da área paranaense já colhida, esse repique é promissor para os cafeicultores, tendo em vista que tais patamares garantem a rentabilidade da safra, especialmente considerando que a colheita vem apresentando números melhores que no ano anterior”, diz o boletim preparado por técnicos do Deral.
Exportações
O relatório estatístico mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) mostra que o país embarcou 2,733 milhões de sacas de 60 kg do produto em julho, primeiro mês do ano safra 2025/26, o que implica queda de 27,6% na comparação com o mesmo período de 2024. Já a receita cambial é recorde para meses de julho, com o ingresso de US$ 1,033 bilhão, o que confere crescimento de 10,4% no comparativo anual.
No acumulado dos sete primeiros meses de 2025, a exportação de café do Brasil recuou 21,4% na comparação com o mesmo período do ano passado (28,182 milhões de sacas), com os embarques caindo para 22,150 milhões de sacas. A receita cambial, por sua vez, cresceu 36% ante o obtido entre janeiro e o fim de julho de 2024, alcançando o recorde para o período de US$ 8,555 bilhões.
Os Estados Unidos seguem como o maior comprador dos cafés do Brasil no acumulado dos sete primeiros meses de 2025, com a importação de 3,713 milhões de sacas, o que corresponde a 16,8% dos embarques totais e, apesar de apresentar declínio de 17,9% na comparação com o adquirido entre janeiro e julho de 2024, esse volume fica acima dos 16% de representatividade aferidos no mesmo intervalo do ano passado.
“Até julho, não observamos de fato o impacto do tarifaço de 50% do governo dos Estados Unidos imposto para a importação dos cafés do Brasil, já que a vigência da medida começou em 6 de agosto. A partir de agora, as indústrias americanas estão em compasso de espera, pois possuem estoque por 30 a 60 dias, o que gera algum fôlego para aguardarem um pouco mais as negociações em andamento. Porém, o que já visualizamos são eventuais pedidos de prorrogação, que são extremamente prejudiciais ao setor”, o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, via site.