Feira de Empregabilidade reúne empresas e trabalhadores migrantes

Feira ocorreu no piso superior do Terminal Urbano (Crédito: Cristiano Martinez)

Conhecido pela movimentação incessante de usuários do transporte coletivo de Maringá, o Terminal Urbano se transformou em verdadeiro “balcão de empregos” na manhã desta quinta-feira, 4 de julho, com a realização da Feira de Empregabilidade para Migrantes. Aliás, a mistura de diferentes idiomas ao português foi uma das marcas do evento.

Trabalhadoras como a venezuelana Greicemari Gregori Guerra estavam em busca de uma colocação no mercado de trabalho local. Ela está há três meses na Cidade Canção e recentemente perdeu o emprego em uma empresa. “Quando faltava uma semana para cumprir minha experiência, me mandaram embora”, diz, em entrevista à reportagem.

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Apesar da situação, ela está tranquila no município e tem esperanças de voltar a ocupar uma vaga de emprego. A Feira tinha mais de 160 oportunidades, com empresas de diversas áreas. Mas em uma delas, a venezuelana não conseguiu se encaixar por causa do horário já que tem dois filhos.

A menos tempo na região, cerca de 20 dias, Katerine Noemi Gonzales Mendonza mora em Floresta e não conseguiu trabalho lá. “Não estou muito bem, ainda”, explicando que também veio da Venezuela e tentava vaga de repositora de perecíveis em uma rede de supermercados de Maringá.

Aliás, a Venezuela é dos países com maior número de trabalhadores migrantes nesse grupo mercadista. “Eles [migrantes] têm muita dedicação. A gente tem oportunidade de crescimento. Eles desempenham um bom papel”, avalia a analista de RH do Condor Bruna da Silva Beraldo.

A rede levou para a Feira vagas de operador de caixa, padeiro, auxiliar de açougue, balconista, repositor, zelador e empacotador. A analista enxerga com bons olhos a contratação durante a Feira. “A expectativa é de que fechamos as nossas vagas”, dizendo que a rede está de portas abertas. “A gente gosta de treinar e integrar novos colaboradores. Eu acredito que faz a diferença”.

Segundo Beraldo, no início o migrante recém-chegado tem dificuldades quanto à cultura local. Mas aos poucos, vão se adaptando e depende do trabalhador a vontade de se desenvolver e aprender o idioma português, na avaliação dela.

Analista de RH Bruna da Silva Beraldo e Greicemari Gregori Guerra (Crédito: Cristiano Martinez)

Realização
O mutirão é feito pela Prefeitura, por meio da Secretaria de Juventude, Cidadania e Migrantes, Secretaria da Mulher e da Agência do Trabalhador de Maringá, em parceria com Instituto Sendas, Instituto Ethnos Brasil, Cáritas Arquidiocesana de Maringá, Abuna, Associação Haitiana no Estado do Paraná e Pastoral do Migrante. A iniciativa tem a chancela da Organização Internacional para as Migrações (OIM), vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU).

Segundo o secretário de Juventude, Cidadania e Migrantes, Anderson Carrard, a feira de empregabilidade envolve empresas e instituições nas políticas públicas de inclusão dos migrantes e refugiados. “É uma iniciativa muito importante para que essas pessoas possam se inserir no mercado de trabalho e conquistar novas oportunidades. Acolher é garantir oportunidades para que os migrantes e refugiados tenham renda e possam realmente começar uma nova vida”.

A Feira de Empregabilidade para Migrantes é feita duas vezes ao ano. Mas em caso de demanda, o mutirão pode ser feito de maneira esporádica.

Secretário de Juventude, Cidadania e Migrantes, Anderson Carrard (Crédito: Cristiano Martinez)

Qualificação
As mulheres migrantes também puderam se inscrever em cursos profissionalizantes gratuitos do programa ‘Qualifica Mulher’ da Secretaria das Mulheres, uma iniciativa da Prefeitura de Maringá que fomenta o empreendedorismo e geração de renda para mulheres.

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