O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (4) que a pressão inflacionária sobre os alimentos deve diminuir nos próximos meses, impulsionada pela desvalorização do dólar e pela expectativa de uma safra agrícola recorde em 2025.
Câmbio e Produção Agrícola como Fatores de Alívio
Segundo Haddad, a recente queda da moeda norte-americana, que recuou de R$ 6,10 para R$ 5,80, já representa um alívio significativo para os preços internos. Além disso, o ministro destacou o impacto positivo da colheita agrícola:
“Estou muito confiante de que a safra deste ano, por todos os relatos que eu tenho tido do pessoal do agro, vai ser muito forte. Isso também vai ajudar.”
O Comitê de Política Monetária (Copom) havia alertado para um “cenário adverso” na inflação dos alimentos devido a fatores como a estiagem de 2024 e o aumento dos preços da carne, influenciado pelo ciclo pecuário do boi. No entanto, a recuperação da produção e a estabilização do câmbio podem reverter essa tendência.
Inflação e Política Monetária
Haddad também mencionou que o governo está promovendo um esforço de contenção fiscal de R$ 30 bilhões no Orçamento, o que pode reduzir pressões sobre a política monetária. Segundo ele, a economia está se ajustando a um novo patamar de câmbio e inflação, o que deve favorecer a estabilidade de preços.
O Banco Central, por meio do Copom, prevê que a inflação acumulada em 12 meses deve permanecer acima da meta até junho, o que pode configurar um descumprimento do regime de metas contínuas.
Atualmente, a meta de inflação é de 3% ao ano, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Se o índice ultrapassar essa faixa por mais de seis meses consecutivos, há um descumprimento formal da meta.
Com a queda do dólar e a entrada da nova safra, o governo espera que a pressão inflacionária perca força, trazendo mais estabilidade para os preços e para a política econômica nos próximos meses.
*Com Agência Brasil